Línguas de imigração em contato com o português no oeste catarinense: crenças e atitudes linguísticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Hasselstron, Munick Maria
Orientador(a): Horst, Cristiane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/1925
Resumo: Esta pesquisa de dissertação pretende relacionar as crenças e as atitudes linguísticas de bilíngues polono-brasileiros, ítalo-brasileiros e teuto-brasileiros e, para verificar semelhanças e diferenças em suas percepções e convicções sobre sua respectiva língua minoritária. As crenças sobre a língua são observadas com base em respostas dadas a um questionário metalinguístico e as atitudes linguísticas através do uso real da língua, a partir dos termos de parentesco (sanguíneo, de aliança e espiritual), visando perceber qual das etnias mantém mais a língua minoritária. A pesquisa acontece em contextos bilíngues em três localidades pertencentes ao estado de Santa Catarina: Nova Erechim (Pol.-Pt.-RS), Chapecó (Tal.-Pt.-RS) e São Carlos (Hr.-Pt.-RS). Os primeiros colonizadores dos três pontos de pesquisa chegaram, respectivamente, por volta de 1952, 1931 e 1927. A grande maioria dos colonos provinha das antigas colônias do Rio Grande do Sul, gaúchos descendentes de imigrantes poloneses, italianos e alemães. Esta pesquisa torna-se relevante, visto que trata de variedades de imigração em contato, estudo indispensável para o futuro desenvolvimento de políticas linguísticas. O estudo está embasado na Dialetologia Pluridimensional e Relacional (Thun, 1996, 1998, 2005, 2010), que contempla o espaço variacional em diferentes dimensões. A coleta dos dados e a escolha dos informantes parte do modelo em cruz, desenvolvido por Thun (1996). Assim, esta pesquisa considera as seguintes dimensões: diatópica (Nova Erechim, Chapecó e São Carlos), diageracional (GI [de 18 a 36 anos] e GII [55 anos ou mais]), diassexual (masculino e feminino), diastrática (Ca [com graduação completa ou incompleta] e Cb [nenhuma escolaridade até o ensino médio]) e dialingual (polonês, talian, e Hunsrückisch em contato com o português-rio grandense). A pesquisa, assim como os questionários utilizados para a coleta de dados, tanto sobre crenças quanto o questionário lexical sobre termos de parentesco, faz parte do projeto Atlas das Línguas em Contato na Fronteira – Oeste Catarinense (ALCF-OC). Também são utilizados dados do Atlas Linguístico-Contatual das Minorias Alemãs na Bacia do Prata – Hunsrückisch (ALMA-H). A análise dos dados da pesquisa leva-nos a constatar que, nos pontos pesquisados, a língua minoritária é mantida mais pela etnia alemã, na Cb e na GII. Em São Carlos, localidade teutobrasileira, a língua alemã ainda é usada em alguns contextos sociais, além do familiar, enquanto que em Nova Erechim e em Chapecó, as respectivas variedades de imigração, quando utilizadas, restringem-se ao contato familiar. Os informantes, no geral, manifestaram crenças positivas em relação às suas línguas de imigração, mas estão cientes do pouco uso da mesma, fato perceptível nas atitudes linguísticas.