Espirometria, funcionalidade, capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes com covid-19 acompanhados por um serviço de home care

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vogt, Tainara Paula
Orientador(a): Oliveira, Gabriela Gonçalves de
Banca de defesa: Coertjens, Patrícia Chaves, Polettini, Jossimara, Acrani, Gustavo Olszanski
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Fronteira Sul
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas
Departamento: Campus Chapecó
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/6566
Resumo: A COVID-19 (Coronavirus Disease 2019) é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2 (Severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), que se tornou uma pandemia global. Existe um subconjunto de pacientes que se recuperam da fase aguda da doença, entretanto apresentam sintomas prolongados da doença. A Post-COVID-19 Syndrome é definida como a presença de sinais e sintomas consistentes por mais de 12 semanas após a infecção e não atribuíveis a diagnósticos alternativos. Em torno de 30% dos pacientes hospitalizados com COVID-19 desenvolvem Post-COVID-19 Syndrome e apresentam manifestações sistêmicas, respiratórias, neuropsiquiátricas e musculoesqueléticas. Este estudo teve como objetivo avaliar os sintomas persistentes, exame de espirometria, funcionalidade, capacidade funcional e qualidade de vida de indivíduos acometidos pela COVID-19 após 10 meses do diagnóstico. Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo realizado com pacientes diagnosticados com COVID-19 grave internados em home care no período de janeiro a junho de 2021. Foram incluídos pacientes com idade mínima de 18 anos, diagnóstico médico de COVID-19 e que necessitaram de suporte de oxigênio ao longo do tratamento da doença. Foram excluídos os pacientes que necessitaram de transferência para o hospital e os pacientes sem condições físicas e/ou psicológicas para realizar os testes e/ou responder os questionários. Os participantes foram avaliados quanto à presença de sintomas persistentes, exame de espirometria (CVF, VEF1, CVF/VEF1 e PFE), funcionalidade (Escala Post-COVID-19 Functional Status - PCFS), capacidade funcional (Teste de sentar e levantar de 1 minuto – TSL1) e qualidade de vida (Questionário Short Form 36 Health Survey – SF-36). Os participantes foram divididos em dois grupos, grupo adultos (idade entre 18 e 60 anos) e grupo idosos (idade igual ou superior a 60 anos). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa SPSS Statistics for Windows (versão 26.0). Para avaliar a distribuição dos dados foi utilizado o teste Shapiro-Wilk. As variáveis numéricas com distribuição normal foram expressas em média (desvio padrão) e comparadas pelo teste T Student. As variáveis numéricas sem distribuição normal foram expressas em mediana (intervalo interquartil) e comparadas pelos testes U de Mann-Whitney e Wilcoxon. As variáveis categóricas foram expressas em número (porcentagem) e comparadas pelo teste Qui-Quadrado. As correlações dos dados foram realizadas pela correlação de Pearson e pela correlação de Spearmann. O nível de significância adotado foi p<0,05. Foram incluídos 22 pacientes, sendo 12 no grupo de adultos e 10 no grupo de idosos. O sintoma persistente mais comumente encontrado entre os pacientes foi a fadiga (77,2%), sendo significativamente maior no grupo de adultos (p=0,005); seguido de redução da capacidade do exercício (68,1%), perda de memória (59%), dificuldade de concentração (40,9%), ansiedade (40,9%), dor no corpo (36,3%), tosse (22,7%) e dispneia (18,1%). A CVF estava diminuída em 13,6% dos participantes, mas sem diferença significativa entre os grupos. Os valores preditos de CVF, VEF1 e PFE foram menores no grupo de idosos, porém sem diferença significativa entre os grupos. Em torno de 40% dos pacientes não apresentavam limitações funcionais, 36,3% apresentavam limitações funcionais inelegíveis e 22,7% apresentavam limitações funcionais leves pela escala PCFS, sem diferença significativa entre os grupos. O número médio de repetições do TSL1 foi significativamente menor no grupo de idosos (p=0,024) e 86,4% dos participantes ficaram abaixo do percentil 25 do valor predito. A pontuação de todos os domínios do SF-36, com exceção do funcionamento físico, foi menor no grupo de adultos, porém sem diferença significativa. No grupo de idosos, foi encontrada correlação positiva significativa entre os valores de CVF (% predito) e o domínio funcionamento social (r=0,65; p=0,04). Passados 10 meses do diagnóstico, observa-se a presença de sintomas persistentes, redução da CVF no exame de espirometria, algum grau de comprometimento funcional, prejuízo da capacidade funcional e repercussão na qualidade de vida dos participantes, sobretudo no grupo de adultos.