Força muscular periférica e capacidade funcional de individuos pós-COVID- 19 : estudo transversal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: AMORIM, Iris Fernanda Ivone de Medeiros
Orientador(a): ARAÚJO, Maria das Graças Rodrigues de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48098
Resumo: A condição pós-COVID-19 abrange sintomas que surgem em até três meses após a contaminação e que persistem por pelo menos 2 meses. Os sintomas e as complicações da doença na fase aguda determinam o tipo de manejo terapêutico que será ofertado para indivíduos infectados. Compreendendo que os efeitos da infecção pelo coronavírus pode afetar vários sistemas orgânicos, como o sistema musculoesquelético, torna-se relevante investigar o estado funcional musculoesquelético no período pós infecção. O objetivo desta dissertação foi avaliar força muscular periférica e independência funcional de indivíduos pós-covid-19 comparando também os efeitos de pacientes tratados em isolamento domiciliar e sob internação hospitalar. Foi desenvolvido um estudo exploratório, de caráter observacional do tipo transversal. A pesquisa foi realizada no período de novembro de 2021 a maio de 2022, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da UFPE (parecer: 5.014.316). Foi realizada entrevista com os participantes para coletar dados pessoais, história clínica e avaliação da independência funcional com o Índice de Barthel Modificado. Na sequência foram avaliados a força muscular periférica, força de preensão palmar e o teste de caminhada de 6 minutos. Foram avaliados 102 pacientes em condição pós-COVID-19, sendo 67,7% do sexo feminino. A média de idade foi 48,21 ± 12,75 anos e IMC 30,16 ± 5,80 kg/m2, o tempo de condição pós-COVID-19 entre os participantes da pesquisa foi de 23,33±8,40 semanas. Quanto ao local de manejo terapêutico, 53,9% ficaram em isolamento domiciliar (GID) e 46,1% foram hospitalizados (GH) na fase aguda da infecção. Os indivíduos em condição pós-COVID-19 apresentaram declínio da força muscular periférica em todos os instrumentos utilizados na avaliação. Analisando fraqueza muscular pelo Medical Research Council Manual Muscle Test SumScore, 14,5% dos indivíduos do GID apresentaram escore total <48 pontos. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos GID e GH para a força muscular avaliada por segmento e mensurada pelo dinamômetro MicroFET2. A FPP obtida foi <40% dos valores preditos para ambos os grupos. No TC6M ambos os grupos obtiveram distância percorrida >70% do valor predito, entretanto na avaliação de capacidade funcional autorrelatada pelo MBI observou-se declínio nas atividades relacionados a transferências, ao uso de escadas e deambulação. Houve diferença estatisticamente significativa (p<0,05) para o nível de dependência funcional antes da COVID-19 e durante a condição pós-COVID-19 de ambos os grupos. Indivíduos em condição pós-COVID-19 desenvolvem declínio da força muscular periférica e da capacidade funcional na mesma magnitude, independentemente de terem sido hospitalizados ou não. Apesar de não desenvolverem a forma mais severa da doença, os indivíduos que ficaram em isolamento domiciliar apresentam sequelas importantes após a COVID-19, impactando negativamente na capacidade funcional para realização das atividades de vida diária.