Changó, el gran putas: componentes heterogêneos da agência afrodiaspórica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Jesus, Esther Falcão de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24920
Resumo: A presente dissertação se desenvolve com o intuito de analisar e repensar categorias literárias, como as de narrador e ponto de vista narrativo, no marco da heterogeneidade e demais componentes culturais relativos à agência afrodiaspórica, bem como a interação das mesmas como articuladoras principais da funcionalidade crítica em Changó, el gran putas, de Manuel Zapata Olivella. Obra na qual a utilização agramatical dos tempos verbais, a pluralidade de vozes narrativas e o ponto de vista múltiplo conspiram contra a estabilidade do romance enquanto a forma narrativa moderna mais valorizada. Evidenciando a produção cultural afrodiaspórica, permeada de elementos da diversidade cultural, linguística, étnica e social ao resgatar, sobretudo, os princípios religiosos e filosóficos das culturas iorubana e banto em um relato que acompanha a situação do homem negro desde o início da escravização dos povos africanos até seu desterro no continente americano e Caribe, proporcionando contatos culturais conflituosos entre diversos grupos, e a consequente busca de liberdade por parte dos colonizados até o século XX. A análise está centrada na terceira parte da obra, intitulada “La rebelión de los vodús”, que reelabora ficcionalmente os eventos históricos que deram lugar à Revolução Haitiana, abordados de acordo com a perspectiva míticareligiosa baseada no vodu haitiano em sua função social, e no Muntu enquanto noção de pessoa, que orientam o relato como um todo. Portanto, a partir do trabalho teóricocrítico realizado até o momento, pode-se concluir que, para construir um relato capaz de comunicar a heterogeneidade cultural latinomericana e caribenha, orientado por uma cosmovisão africana, Manuel Zapata Olivella operou uma refuncionalização radical das categorias conformadoras do romance enquanto forma narrativa moderna, dando ensejo a um discurso que expressa uma visão crítica da história afrolatinoamericana.