Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Adriana Kerchner da |
Orientador(a): |
Silva, Liliam Ramos da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/239010
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Resumo: |
Esta dissertação visa analisar, comparativamente, A autobiografia do poeta-escravo ([1835]2015), de Juan Francisco Manzano, e Memórias de um cimarron - Testemunho ([1966]1988), de Miguel Barnet sobre a vida de Esteban Montejo. Essas são as duas únicas obras (auto)biográficas escritas sobre pessoas escravizadas nascidas na América, mais especificamente, em Cuba, que chegaram até nosso tempo. A análise parte da consideração que ambos os livros foram escritos com um propósito particular, respondendo a demandas e a expectativas externas e, para atingir esse fim, sua elaboração narrativa passou pela construção de personagens com características que atendessem a tais expectativas. No caso de Manzano, visando sua alforria, desenhou-se como um escravizado modelo, manso na medida certa, intelectual e poeta, buscando uma identificação com seu possível público branco de intelectuais escravocratas. Barnet, por sua vez, aspirava reintegrar-se à vida intelectual cubana pósRevolução de 1959, além de ter um projeto estético de descrição da negritude na cultura cubana. Para tanto, associa a história de Montejo enquanto cimarrón à história de Cuba, categorizando ambos como rebeldes. Em outra frente, este trabalho debate a teoria literária e a historiográfica sobre autobiografias, testemunhos e slave narratives e observa de que forma as obras analisadas se encaixam ou não nesse molde teórico. A Autobiografia (2015) encontra-se em um limiar entre os três gêneros, a depender de qual ponto de vista de exame. Manzano, em si, escreveu uma autobiografia, com sua subjetividade no centro; no entanto, os usos que terceiros deram a ela aproximam-na mais de um testemunho e, de modo amplo, é uma slave narrative, mas não segue o modelo observado por Olney (1984). As Memórias (1988), por sua vez, são testemunho puro, até por ser uma das obras fundadoras do gênero. Contudo, o caráter de denúncia acaba arrefecido pelo distanciamento efetuado na obra em relação às questões raciais que Montejo debate. O embasamento dessa argumentação reside em autores/as como Lejeune (2008), Smith e Watson (2001) sobre autobiografias, Beverley (1987), Achugar (2002) e Barnet (1971; 1992) sobre testemunho, Olney (1984) e Davis e Gates Jr. (1991) sobre slave narratives, bem como Ferrer (1999) e Souza (2015) sobre a história de Cuba. |