Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Alves, Renata Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/26099
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Resumo: |
Baseado nos argumentos empreendidos por André Trouche (2006, p. 21) de que o projeto literário hispano-americano segue na busca sempre renovada de “transferir à ficção resgates e questionamentos da experiência histórica”, o presente trabalho tem por objetivo a análise do universo ficcional de Asalto al paraíso, arquitetado pela chileno-costa-riquense Tatiana Lobo e publicado em 1992, a fim de detectar as estratégias escriturais utilizadas pela autora como intervenções críticas. Imersa no projeto de reescrita literária de uma das principais lutas de resistência indígena da história da Costa Rica, acreditamos que Lobo elabora uma interface estratégica entre o discurso histórico e o ficcional, levantando questionamentos e subvertendo as construções geopolíticas do conhecimento histórico do país, dentro do viés da “desobediência epistêmica”, desenvolvida teoricamente por Mignolo (2007), e das estratégias escriturais advindas dessa desobediência, apresentadas por Bhabha ([1994] 2013) e Bonnici (2009). A temática da narrativa ficcional, aliada ao seu ano de publicação, faz da obra um locus propício à investigação de novas tendências narrativas e interpretações suscitadas pelas inovações teóricas desenvolvidas pelos estudos da narrativa e, especialmente, pela mudança de perspectiva da teoria historiográfica. Relacionando a capacidade crítica da obra a esses arranjos teóricos, contamos com o estudo de Jitrik (1995) e com os instrumentos escriturais sugeridos por Hutcheon ([1988] 1991): a metaficção historiográfica e a excentricidade. A mobilidade proposta como forma de análise dos construtos discursivos focalizados sob as invenções, rasuras e subalternização do ser proferidas pela historiografia dominante, no universo da ficção, não poderia deixar de destacar, com o auxílio dos estudos feministas (SEGATO, 2014, 2018; LUGONES, 2019, 2020; FIGUEIREDO, 2020), o desenvolvimento estratégico das questões de gênero elaboradas na narrativa, em favor de uma problematização dos estereótipos colonialistas e patriarcais. Aliando um projeto literário às críticas decoloniais e feministas, Lobo adere à ficção como instrumento de poder, capaz de subverter e transgredir as representações aceitas pela historiografia. |