Traçado de uma história: ficção e realidades nas narrativas hispanoamericanas do século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: ANDRADE, Brenda Carlos de
Orientador(a): CORDIVIOLA, Alfredo Adolfo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13367
Resumo: As narrativas do século XIX se inserem numa encruzilhada, que, repetidas vezes, se instaura na história das Américas: o estabelecimento do lugar do intelectual e seu papel na sociedade. Ao tomar para si o papel de interferência direta na realidade, de agente explícito de uma mudança histórica, os intelectuais do período instauram ou retomam um problema que parece interligado às histórias da América: o engajamento “literário”, num sentido restrito, e do intelectual, num sentido mais amplo. O contexto histórico social desse século propiciou e cultivou um relativo apelo entre a figura do intelectual engajado, proporcionando produções que não se prendem a gêneros literários específicos nem se prendem à categoria literária como a concebemos hoje em dia, mas que, entretanto, transitam em vários campos validando a ideia de organização pelo discurso. Por outro lado, a própria presença de diversos intelectuais no campo político evidencia, também, que o processo de engajamento vai além das fronteiras do escrito – se a literatura tem um papel que vai além da fruição, o intelectual precisa assumir mais papéis que o de “simples” escritor. No caso específico do período determinado para estudo, a escrita cumpre um papel fundamental de criação de uma nova realidade em que, pelo menos nos primeiros momentos, busca negar uma tradição anterior e, no entanto, parece se alimentar parcialmente dela. O elemento que irá filtrar as imagens dessa nova situação é o intelectual. O presente estudo elabora um panorama de como se desenvolvem as relações entre história e literatura nas narrativas hispano-americanas compreendidas entre o princípio do século XIX até, mais ou menos, a década de 1860. A forma como os campos da literatura e da história interatuaram nessa primeira metade do século permitiu uma divisão em três momentos: um de compreensão da história, e consequentemente a literatura, como um espaço amplo de aprendizagens morais; outro que compreende uma noção moderna de história como tempo passado e acabado sob o qual a literatura se debruça para produção de enredos fidedignos reconstruindo esse tempo; e, por último, um momento em que literatura se pauta por seu aspecto ficcional, mas ainda com um valor de reconstrução de uma determinada época histórica.