O sequestro da notícia: o impacto das plataformas digitais e mídias sociais no jornalismo e na construção da agenda pública

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Latgé, Luiz Claudio Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37105
Resumo: Praticamente não há atividade na face da Terra que não seja tocada pelas plataformas digitais e mídias sociais: as big techs transformam a economia, a política e a cultura e acumulam um poder sem precedentes. Mas qual o impacto destas mudanças nos meios de comunicação? Como atuam no jornalismo? O objetivo desta pesquisa é analisar o novo cenário de mídias e a disputa pela agenda política, como forma de pautar a opinião pública, a partir do exame do caso da eleição de Bolsonaro. Neste estudo, recorreu-se à Teoria do Agendamento, de McCombs e Shaw, que estabelecia a influência dos jornais na opinião pública. Nossa hipótese é a de que o novo regime de informação não apenas nos apresenta uma agenda difusa, às vezes, uma agenda invertida, como sequestra a notícia, ao favorecer ações de desinformação. Para demonstrá-lo, a pesquisa baseou-se no estudo de caso das eleições de 2018 e 2022, quando a denúncia de ameaça de fraudes nas urnas eleitorais, que jamais apareceu nas pesquisas de opinião pública entre as preocupações do eleitor brasileiro, se impôs no noticiário, pautada por fake news e desinformação disseminadas nas redes sociais por Jair Bolsonaro e seus seguidores. Como método, analisou-se a bibliografia existente, em diálogo com autores como Adorno; Barsotti; Barthes; Berger e Luckmann; Bezerra; Han; Kellner; Morozov; Poell, Nieborg e van Dijck; Rêgo e Barbosa; Schneider; Sodré; Thompson; Wardle e Derakshan e Zuboff, entre outros. Buscas também foram efetuadas nos jornais O Globo, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo para documentar a evolução deste processo. A investigação proposta se apresenta, desta forma, como uma contribuição para o debate em torno do que se convencionou chamar de “desordem informacional” e da necessidade de regulamentação dos serviços digitais.