Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Fidalgo, Larissa Moreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/3748
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Resumo: |
Segundo Paul Ricoeur (2010a), há, entre a atividade de narrar uma história e o caráter temporal da experiência humana, uma correlação que não é puramente acidental, mas apresenta uma forma de necessidade transcultural. Se considerarmos, portanto, que o tempo torna-se humano na medida em que está articulado de modo narrativo, produzindo a continuidade e a unidade de nossa consciência, perceberemos que ao longo da história várias foram as tentativas de se compreender seus mecanismos de funcionamento. Tais tentativas, por sua vez, reduziam-se ao estabelecimento de um padrão regular e homogêneo na relação passado/presente responsável por guiar nossas experiências do mundo. Entretanto, reconhecendo os procedimentos de controle e exclusão de todo discurso que se pretende verdadeiro e a impossibilidade de conhecermos o passado em sua totalidade, a ficção pós-moderna sugere que mudemos nosso horizonte de análise, direcionando nossa atenção para os sistemas de signos narrativizados que conferem forma à nossa experiência temporal. E é justamente nesse contexto metaficcionalmente autoconsciente, lembrando as considerações da teórica canadense Linda Hutcheon (1991), que o presente trabalho encontra-se inserido. Afinal, se o pós-modernismo pode ser entendido não apenas como dúvida aos fundamentos do conhecimento, mas como dúvida sobre a relação entre duas ou mais partes, verificamos que o retorno ao passado histórico operado pela metaficção historiográfica configura-se como uma abertura de possibilidade a diferentes orientações textuais sobre o passado, colocando em jogo não apenas a forma como conhecemos o passado histórico, como também a tradicional fronteira que separava os discursos histórico e ficcional. Dessa forma, questionando a maneira pela qual conhecemos o tempo passado e suas implicações no tempo presente, veremos de que forma a literatura contemporânea desconstrói a noção de centro, de uma imagem transitiva de “verdade”, abrindo espaço para novas marcas temporais e identitárias. A partir dessa perspectiva, analisaremos os romances Nove noites e O filho da mãe, ambos do brasileiro Bernardo Carvalho |