Poéticas da ruína: um estudo das relações entre história, ficção e teoria nas obras de Bernardo Carvalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fidalgo, Larissa Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11182
Resumo: Segundo Paul Ricoeur (2010a), há, entre a atividade de narrar uma história e o caráter temporal da experiência humana, uma correlação que não é puramente acidental, mas apresenta uma forma de necessidade transcultural. Se considerarmos, portanto, que o tempo torna-se humano na medida em que está articulado de modo narrativo, produzindo a continuidade e a unidade de nossa consciência, perceberemos que ao longo da história várias foram as tentativas de se compreender seus mecanismos de funcionamento. Tais tentativas, por sua vez, reduziam-se ao estabelecimento de um padrão regular e homogêneo na relação passado/presente responsável por guiar nossas experiências do mundo. Entretanto, reconhecendo os procedimentos de controle e exclusão de todo discurso que se pretende verdadeiro e a impossibilidade de conhecermos o passado em sua totalidade, a ficção pós-moderna sugere que mudemos nosso horizonte de análise, direcionando nossa atenção para os sistemas de signos narrativizados que conferem forma à nossa experiência temporal. E é justamente nesse contexto metaficcionalmente autoconsciente, lembrando as considerações da teórica canadense Linda Hutcheon (1991), que o presente trabalho encontra-se inserido. Afinal, se o pós-modernismo pode ser entendido não apenas como dúvida aos fundamentos do conhecimento, mas como dúvida sobre a relação entre duas ou mais partes, verificamos que o retorno ao passado histórico operado pela metaficção historiográfica configura-se como uma abertura de possibilidade a diferentes orientações textuais sobre o passado, colocando em jogo não apenas a forma como conhecemos o passado histórico, como também a tradicional fronteira que separava os discursos histórico e ficcional. Dessa forma, questionando a maneira pela qual conhecemos o tempo passado e suas implicações no tempo presente, veremos de que forma a literatura contemporânea desconstrói a noção de centro, de uma imagem transitiva de “verdade”, abrindo espaço para novas marcas temporais e identitárias. A partir dessa perspectiva, analisaremos os romances Nove noites e O filho da mãe, ambos do brasileiro Bernardo Carvalho