Isto é gaslighting? O imaginário sociodiscursivo da loucura sobre o feminino em capas da revista Isto É

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Alessandro Alves dos, Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25844
Resumo: A presente dissertação, ao ter, como aporte teórico prioritário, a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, criada por Patrick Charaudeau, pretende analisar, por intermédio de um corpus de quatro capas da revista Isto É, sob um eixo temporal diacrônico, a manifestação do discurso gaslighting contra a mulher, baseada na existente representação social da loucura historicamente atribuída a ela. Como o gênero textual capa de revista é construído por intermédio da linguagem verbo-visual, faremos, nesse sentido, uma análise tanto dos aspectos linguísticos – especialmente o adjetivo – pautada, sobretudo, nos estudos de Bechara (2009), de Neves (2000) e de Kerbrat-Orecchioni (1997), quanto dos aspectos visuais, especialmente, do signo-imagem, pontuados por Barthes (1990), e do signo-cor, defendidos por Farina et al. (2006) e por Guimarães (2000; 2003). Por meio desse aporte teórico, pretende-se investigar, de acordo com as características do contrato de comunicação em questão, que faz parte do domínio discursivo das mídias (CHARAUDEAU, 2019), como os signos verbais e visuais engendram, conjuntamente, o discurso gaslighting, por meio da qual certas pessoas visam, por sua característica de manipulação e de distorção recorrentes dos fatos, a fazer a mulher interpretante crer, de forma tácita, no sentido de mantê-la sob controle, que não seria naturalmente capaz ou responsável por seus próprios atos pelo simples fato de ser mulher. Tal análise se centrará em comprovar a hipótese de que esse tipo de discurso ultrapassa, de forma consciente ou inconsciente, as relações amorosas, reverberando, inclusive, nos discursos sociais, entendendo que tal discurso manipulador e nocivo, por parte de Isto É, é utilizado contra a mulher, sob diversas intencionalidades, como possível mecanismo discursivo de disseminação e de manutenção, em larga escala, da ideologia patriarcal defendida pelas mídias hegemônicas.