Cartografias de um ambulatório de saúde mental: a produção de cuidados em saúde sob olhar da medicalização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Monteiro, Priscila da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28450
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo analisar quais práticas de cuidado têm sido indicadas para lidar com os transtornos de ansiedade, em um ambulatório de saúde mental no município de Niterói, tendo como pressuposto que, tanto por parte dos trabalhadores quanto dos usuários, existiria uma preferência pela abordagem médica e com uso de medicamentos, sem que aquilo que leva à ansiedade tenha sido identificado e abordado. Com base nos novos pressupostos da Reforma Psiquiátrica, pretendeu-se revisar desde o enquadramento da loucura como patologia e a produção do saber médico psiquiatra, até a construção de uma rede de saúde mental, que incluía os ambulatórios ampliados como um recurso territorial. A produção dos transtornos mentais pela sociedade capitalista, patologizando as experiências dos sujeitos, foi discutida e as práticas de cuidado mediadas pela medicação foram analisadas, a partir de teóricos que refletem sobre a sociedade contemporânea e sua indústria do bem-estar. Os caminhos metodológicos percorridos, através da cartografia, fizeram uso dos seguintes instrumentos: entrevistas em profundidade e acompanhamento longitudinal de 02 usuárias que fazem tratamento para transtorno de ansiedade no ambulatório pesquisado; grupo focal com trabalhadores de saúde do serviço e diário de pesquisa, onde a pesquisadora descreveu os discursos e afetos circulantes durante sua permanência no campo. Após a análise do material empírico, foram propostos 05 analisadores: (I) as vivências nomeadas como ansiedade, (II) a produção de subjetividades ansiosas, (III) o fluxo assistencial e a produção de cuidado no ambulatório, (IV) as experiências ansiosas mediadas pela medicação e (V) as possíveis vias de escape para as práticas medicalizantes. Na (in)conclusão do trabalho, a pesquisadora observou as práticas de medicalização como efeitos da normatização social presente na sociedade capitalista moderna. O contexto social é descartado para explicar as crises de ansiedade, individualizando e medicando as queixas. É fundamental que os trabalhadores repensem suas práticas de cuidado em saúde, possibilitando a inclusão de novas “alternativas terapêuticas” construídas em conjunto com os usuários.