Medicalização e benzodiazepínicos: o olhar do usuário crônico às margens da saúde mental.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rodrigues, Helen
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4353
Resumo: O objetivo geral do estudo foi analisar como se dá a utilização crônica de fármacos benzodiazepínicos através da perspectiva de usuários de um serviço de Saúde Mental de um Centro de Saúde do município do Rio de Janeiro RJ. Tomamos por referencial a noção de medicalização e a ideia de uso crônico de fármacos benzodiazepínicos como consequência da dificuldade no manejo das queixas e sintomas subjetivos dos pacientes, da existência de práticas cronificadas nos serviços de saúde, e de sua popularização na sociedade. Foi conduzida em campo uma pesquisa qualitativa, através de observação de grupos de acolhimento com pacientes usuários de benzodiazepínicos (nove grupos) e posteriores entrevistas individuais com alguns dos membros do grupo (seis pacientes) para esgotamento de temas ou questões relevantes que tenham aparecido durante a observação prévia. Procedeu-se a análise dos dados pela identificação de categorias temáticas com o software OpenLogos. Os dados obtidos apontam para a existência de uma excelente ferramenta de grupo que atua como desmedicalizante , através da conscientização dos pacientes e na melhora das condições gerais. Através das falas e depoimentos dos participantes, foram observados resultados significativos na diminuição progressiva do consumo acompanhada por psiquiatra, substituições por outras classes terapêuticas mais recomendadas, como os antidepressivos, e incentivo ao autocuidado e à prática de atividades de bem-estar. Em função do poder iatrogênico e de dependência destes medicamentos, e em virtude das ações em Saúde Mental ainda concentrarem-se em uma lógica tradicional altamente medicalizante, aponta-se a necessidade de outras leituras que possam contribuir para a construção do conhecimento de políticas de saúde para aqueles que encontram-se em sofrimento e às margens da rede de Saúde Mental.