Territórios de acolhimento em São Gonçalo: uma cartografia das estratégias e táticas LGBTI+

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Villela Junior, Marco Antonio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33856
Resumo: Como base analítica, contestamos o paradigma médico-psiquiatra da segunda metade do século XIX que cria o conceito de sexualidade enquanto parte opressora da identidade dos sujeitos elegendo a heterossexualidade como norma e criando uma correlação mecânica entre sexo, gênero e desejo. No rastro desse paradigma, emergem as sexualidades desviantes, aquelas que fogem da correlação ora estabelecida. Mais adiante, com os avanços das lutas feministas, os estudos relacionados ao gênero ganham cada vez mais volume e relevância, enriquecendo o debate social sobre os sujeitos cuja identidade esteja abarcada da sigla LGBTI+, ou seja, lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e travestis, intersexos e todos aqueles que performem seu gênero ou sexualidade divergente do padrão imposto pela sociedade cis-heteronormativa. Na geografia, abordam-se o gênero e a sexualidade vis-à-vis o ordenamento dos dispositivos espaciais e a reação expressa no espaço à violência, bem como o processo de territorialização dos sujeitos, vinculado a locais delimitados de proteção cuja a sociabilidade permite, além da prática de seus desejos, a performatividade de gênero de forma digna e mais segura. No presente trabalho, procura-se, por meio de uma geografia do acolhimento, analisar criticamente as escolhas de estratégias e táticas utilizadas pelos sujeitos territorializantes LGBTI+ situados no recorte espacial do Município de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. São Gonçalo detém pioneirismo na formulação da Parada do Orgulho LGBTI+ fora da capital estadual com grupos LGBTI+ organizados e atuantes, sendo dotado, em decorrência, de uma grande diversidade de territorialidades acolhedoras dos sujeitos LGBTI+. Visando à consecução desse objetivo, é analisado o material oriundo da escuta de um total de onze pessoas ao longo de nove entrevistas presenciais e online em formato semiestruturado. Todos os depoentes são envolvidos com a formação de territórios LGBTI+ no município em tela, como líderes de movimento social, organizadores de eventos, representantes do poder público, líderes religiosos e proprietários de estabelecimento que revelam a diversidade entre si dos territórios mapeados. Aqui é apresentada uma geografia existencial acolhedora e marcadamente generificada que interpõe-se à imaginação epistemológica, desafiando-nos na condução desta investigação científica.