A verdade dita é dura: “Histórias da verdade” do/no jornalismo e a ditadura militar no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dias, André Bonsanto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15830
Resumo: A presente tese tem como objetivo analisar aquilo que definiremos como uma “história da verdade” do e no jornalismo, ao perceber como a chamada instituição “moderna” do jornalismo vem procurando inscrever-se ao longo do tempo como aquela que de fato atua de forma mais “verdadeira”, pois mais “profissional” e “confiável” do que as outras. Para tanto, vamos tomar como objeto de análise dois dos jornais que são reconhecidos como principais representantes da chamada “grande imprensa” brasileira, a Folha de S. Paulo e O Globo. Ao nosso ver, estes jornais legitimaram-se sob “modernas” bases empresarias a partir de conjunturas estritamente particulares a ponto de podermos atrelar a constituição de suas identidades a um acontecimento fundador que soa-nos muito caro neste processo: a ditadura militar no Brasil (1964-1985) em seus mais diversos modos de enunciações, rememorações e (re)apropriações discursivas. Cientes disso, percorreremos um “percurso do reconhecimento” para perceber como os jornais, enquanto portadores de um ideal “moderno” de instituição foram buscando, ao longo do tempo, cristalizar certas fatias de verdade que, atreladas direta ou indiretamente ao acontecimento, tornaram-se fundamentais para legitimar sua autoridade àquilo que estes jornais encaram como sendo a “verdade” tanto de suas práticas como da instituição a que pertencem. Autoridade, verdade e memória serão fatores constituintes de uma história que procura entender como estes jornais têm buscado, no constante diálogo com seu público, esferas de reconhecimento. Trataremos assim de uma verdade que se pretende ao problematizar, mais do que o quê de fato se constrói como verdadeiro, em como isso pretende se passar por legítimo e digno de ser reconhecido como tal. Finalizaremos este percurso ao analisar, mais detalhadamente, como muitos destes acontecimentos ressurgiram e se ressignificaram no contexto dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (2012-2014), momento em que, acreditamos, nossos jornais intentaram assumir um considerável protagonismo frente às “verdades” que revelavam, imputando às suas identidades uma série de características particulares.