A escrita da história por jornalistas : diálogos e distanciamentos com a historiografia acadêmica : o caso Elio Gaspari

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ravazzolo, Ângela
Orientador(a): Cezar, Temistocles Americo Correa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/70683
Resumo: Este trabalho tem como proposta central investigar as aproximações e os distanciamentos, as semelhanças e as diferenças entre dois campos de atuação: a história e o jornalismo. Embora tenham especificidades e características muito próprias, os dois ofícios dividem algumas práticas em comum, entre elas contar histórias. O que se propõe aqui é um debate teórico e uma interpretação da escrita da história protagonizada por jornalistas. Os quatro volumes da série As ilusões armadas, publicados entre 2002 e 2004 pelo jornalista brasileiro Elio Gaspari, funcionam como um pano de fundo para discutir alguns conceitos-chave da história e do jornalismo, como fato histórico e notícia, entrevista e fontes orais, a crítica da fonte, além de debater a escrita da história, especialmente quando ela é executada por repórteres que se valem das técnicas jornalísticas para construir obras de maior fôlego, a partir de temas, momentos e personagens históricos. Para compor os quatro capítulos, foram fundamentais os textos de autores que pensam sobre a história a partir de reflexões teóricas, como Paul Ricoeur, François Hartog, Jörn Rüsen e Reinhart Koselleck, além dos trabalhos produzidos no Institut d´Histoire du Temps Présent (IHTP). Entre os teóricos do jornalismo, as pesquisas de Nelson Traquina e Luiz Gonzaga Motta balizaram as discussões em torno da notícia e da pretensa objetividade jornalística. Na primeira parte, a tese de Tobias Peucer (1690) foi ponto de partida para as (antigas) relações entre história e jornalismo. O capítulo seguinte trata do conceito de notícia, do fato histórico e de como esses dois temas aparecem nos livros de Gaspari. O terceiro capítulo analisa como o jornalista se apropria das fontes, unindo técnicas da história e do jornalismo para construir o texto. As estratégias de escrita do autor estão apresentadas no quarto e último capítulo, mescladas com discussões teóricas e metodológicas a respeito da escrita da história. Gaspari escreve livros históricos com técnicas da reportagem e do jornalismo e, assim, compõe uma produção classificada neste tese como “híbrida”.