Verdades possíveis: o jornalismo brasileiro e as narrativas sobre a ditadura durante o funcionamento da Comissão Nacional da Verdade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sanglard, Fernanda Nalon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8863
Resumo: Esta tese de doutorado investiga o processo pelo qual a ditadura militar brasileira voltou a ser tema recorrente de atenção pública e midiática depois do estabelecimento da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Como parte do processo de justiça de transição no Brasil, a CNV foi criada por lei em 2011 e instituída em maio de 2012, quase 30 anos após o fim da ditadura, para apurar os casos graves de violações dos direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988 (focando principalmente o período autoritário, que perdurou por 21 anos, entre 1964 a 1985). O colegiado teve até dezembro de 2014 para concluir as atividades e, durante o período de atuação, estimulou uma série de debates nos meios de comunicação acerca do período ditatorial. Mas como o jornalismo brasileiro cobriu os temas relativos à ditadura durante o funcionamento da CNV? Buscando responder a essa questão, a proposta desta tese é monitorar o período de mais de dois anos de funcionamento da comissão a partir de entrevistas com os comissários e jornalistas que cobriram a temática, do acompanhamento da rotina de funcionamento desse colegiado e da análise das narrativas divulgadas pela mídia jornalística. A partir do clipping diário produzido pela assessoria de comunicação da CNV, é criado um banco de dados com 8.422 registros jornalísticos, analisados de forma quantitativa e qualitativa por meio do método da análise de conteúdo. O monitoramento permite verificar como se deu a cobertura, quais foram os períodos de maior destaque, quais os enquadramentos e as fontes de informação privilegiados. A intenção é avaliar como os registros noticiosos que envolvem a comissão possibilitam o desenvolvimento de novas narrativas sobre a ditadura. As hipóteses principais são: (1) há ampliação da cobertura sobre as violações de direitos humanos ocorridas na ditadura, mas o enquadramento episódico com foco na agenda e nas atividades da CNV será predominante; (2) os jornalistas atuam menos de modo investigativo, como fiscalizadores, e mais de forma reativa, guiados pela agenda de trabalho da CNV; (3) entre as fontes acionadas, os jornalistas recorrem majoritariamente às narrativas oficiais, que, durante o funcionamento da comissão da verdade, passam também a ser exercidas por ela