Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Thomasi, Beatriz Bastos de Moraes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/37713
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Resumo: |
O sistema nervoso entérico (SNE) é uma extensa rede neuroglial que se estende por todo o trato gastrointestinal (TGI). A célula da glia entérica é o maior população celular deste sistema, tendo um amplo papel na fisiologia do TGI diante de sua comunicação sistêmica multidirecional. Dentre as funções desempenhadas pela glia entérica, estão a regulação da motilidade e a imunomodulação no TGI. O TGI é frequentemente associado com patologias inflamatórias dada sua atividade imune e exposição ao meio externo e, na última década, passou a ser estudado no curso da doença de Parkinson (DP). A DP foi classicamente descrita como uma doença neurodegenerativa central manifestada em sintomas motores diante da neurodegenração da via nigroestriatal dopaminérgica. Entretanto, trata-se de uma doença multissistêmica, heterogênea e com forte incidência de sintomas gastrointestinais. Modelos animais da DP têm sido utilizados para investigar a fisiopatologia da doença, sendo um dos principais modelos o de administração intracerebral de 6-hidroxidopamina (6-OHDA). Este modelo manifesta uma série de sintomas não-motores da DP, como a disfunção gastrointestinal. Dados prévios do grupo utilizando este modelo indicam aumento da proteína IBA1 e GFAP na camada mucosa além aumento de GFAP na camada neuromuscular do cólon. O objetivo do presente trabalho foi investigar alterações da célula glial entérica e o processo inflamatório colônicos nas diferentes camadas do TGI em um curto período do processo neurodegenerativo parkinsoniano. Para a indução do modelo da DP, camundongos C57Bl/6 adultos foram submetidos à administração estriatal unilateral de 6-OHDA. Um segundo grupo de animais operados não lesionados foi utilizado como controle e ambos os grupos foram analisados em tempos de sobrevida de 48h, 1 semana e 2 semanas pós-lesão. O ensaio de constipação demonstrou que animais 6-OHDA apresentam menor proporção relativa de água nas fezes 1w pós-indução do modelo, sinalizando a ocorrência de dismotilidade. Através de coloração histológica, diferentes aspectos histopatológicos foram observados no TGI colônico nos animais modelo da DP como aumento da área do gânglio mioentérico, alterações epiteliais e infiltrados inflamatórios na mucosa colônica. Através de western blotting, verificou-se aumento das proteínas GFAP e p-p38MAPK no camada neuromuscular 48h pós-lesão. No tempo de 1 semana, as proteínas TNF-α, GDNF e ocludina mostraram aumentadas em amostras da mucosa colônica, enquanto no tempo de 2 semanas pós-lesão foi detectado diminuição de ocludina. Pela imunohistoquímica de fluorescência foram analisados imunomarcação referente da proteína S100β na camada neuromuscular e maior distribuição de GDNF na mucosa colônica 1w pós-indução do modelo. Por fim, através da extração do DNA fecal e RT-PCR, foi realizada a análise da abundância relativa de filos bacterianos indicando um desequilíbrio da microbiota intestinal. Os dados apresentados neste trabalho apontam a célula glial entérica como um alvo precoce do processo neurodegenerativo parkinsoniano que parece anteceder a formação de um processo inflamatório colônico com modulação da secreção de fatores gliais como GDNF além de plasticidade do epitélio intestinal evidenciada pela alteração na expressão de ocludina. |