O envolvimento da inflamação mediada pela glia nas alterações respiratórias observadas em um modelo murino da Doença de Parkinson.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cabral, Laís Maria Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-11012024-154343/
Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela morte dos neurônios dopaminérgicos da porção compacta da Substância Negra (SNc) que promove os sintomas clássicos desta patologia, como tremor e bradicinesia. Apesar destes sintomas diminuírem a qualidade de vida dos pacientes, não são eles os principais responsáveis pelos óbitos associados a DP. As disfunções respiratórias respondem por grande parte das causas de morte desses pacientes e podem ter como causa falhas no controle neural da respiração. Estudos anteriores do nosso laboratório revelaram que ratos submetidos ao modelo experimental da DP induzido por injeções de 6-hidroxidopamina (6-OHDA) no núcleo caudado-putamen (CPu) apresentaram degeneração em importantes áreas do controle neural respiratório como o complexo de Pre Botzinger (preBotC), o grupamento respiratório ventral rostral (rVRG), o núcleo do trato solitário (NTS) e o núcleo retrotrapezóide (RTN), associada a disfunções na respiração desses animais. Porém, as causas da neurodegeneração bem como das alterações respiratórias não estão estabelecidas nesse modelo, mas acredita-se que a neuroinflamação é uma possível candidata. A partir disto, o objetivo desta tese foi compreender mais detalhadamente a função da inflamação mediada pela glia nas alterações neuroanatômicas e funcionais respiratórias em camundongos submetidos ao modelo da DP induzido por 6-OHDA no CPu. Em um primeiro momento foi feito um estudo ao longo do tempo das alterações respiratórias e anatômicas em que camundongos C57BL/6 receberam injeção bilateral de 6-OHDA (10 <font face = \"symbol\">mg/l) ou veículo no CPu e foram submetidos à pletismografia de corpo inteiro 5, 10 ou 20 dias após a indução do modelo da DP. A lesão na SNc foi observada em todos os tempos analisados e está associada ao aumento da densidade astrocitária na região aos 10 e 20 dias e indícios morfológicos de ativação microglial. Foi observada neurodegeneração no preBotC aos 10 e 20 dias e no RTN a partir de 5 dias associada, também, a indícios de ativação da microglia. A partir do 10º dia após a indução do modelo foi encontrada redução da densidade astrocitária no RTN. A frequência respiratória basal foi reduzida a partir de 10 dias após a indução do modelo e está associada ao aumento nos tempos inspiratório e expiratório. Para melhor compreender o papel da inflamação nestas alterações, os mesmos experimentos foram conduzidos em animais nocaute para o receptor 1 do fator de necrose tumoral alfa (TNFR1-/- ) e também em animais tratados com minociclina (45mg/kg). Nestes animais observamos redução do número de neurônios catecolaminérgicos na SNc, porém a neurodegeneração no RTN e no preBotC bem como as alterações respiratórias funcionais foram prevenidas. Estes resultados confirmam que, neste modelo da DP, os déficits respiratórios estão presentes e estão associados a degeneração de importantes áreas envolvidas no controle neural respiratório e que a inflamação, especialmente mediada pelo TNFR1, é fundamental para as alterações respiratórias encontradas neste modelo.