Remodelamento da rede neuronal entérica em modelos farmacológico e transgênico da Doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Valdetaro, Luisa Ribeiro Figueredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37718
Resumo: Sintomas gastrointestinais estão entre os principais sintomas não-motores da doença de Parkinson (DP) e podem surgir 20 anos antes dos déficits motores. Enquanto a disfunção sináptica é um importante evento fisiopatológico do sistema nervoso central, pouco se sabe acerca da plasticidade sináptica entérica durante a DP. O uso de modelos animais é fundamental para o melhor entendimento dos mecanismos envolvidos da disfunção gastrointestinal da DP. O objetivo deste trabalho é estudar a plasticidade sináptica no cólon de camundongos modelo 6-OHDA e A53T, e relacioná-la à disfunção gastrointestinal nas fases prodrômica e sintomática motora da DP. Para a indução do modelo farmacológico da DP, camundongos C57Bl/6 receberam injeção estriatal unilateral de 6-OHDA. Animais controle receberam injeção de salina. As análises foram feitas 48 horas, 1 e 2 semanas pós-lesão. Para o estudo do modelo genético, camundongos A53T, que superexpressam α-sinucleína, e controles não-transgênicos tiveram o cólon removido para análise na fase pré-sintomática, aos 6 e 9 meses de idade, e na fase sintomática motora. Os resultados mostraram que 1 e 2 semanas após a cirurgia, animais 6-OHDA apresentaram déficits motores, enquanto uma disfunção da motilidade gástrica foi observada no tempo de 2 semanas. A análise da camada neuromuscular colônica evidenciou um aumento de GAP-43 concomitante à redução de sinaptofisina no músculo circular 48 horas pós-lesão. No tempo de 1 semana, foram identificados também aumento de drebrina e redução de sinaptofisina no plexo mioentérico. Duas semanas pós-lesão, terminais pré-sinápticos mantiveram-se reduzidos, enquanto a drebrina manteve-se aumentada na camada neuromuscular do cólon. Neste tempo, a plasticidade neuronal alcança a mucosa, o que foi evidenciado pelo aumento de GAP-43. Animais do modelo A53T apresentaram redução de marcadores pré e pós-sinápticos, como sinapsina-1 e drebrina respectivamente, desde os 9 meses de idade. Após o início dos sintomas motores, houve um comprometimento mais extenso da rede sináptica entérica, sendo possível identificar uma diminuição de sinaptofisina, VAMP-2 e sinapsina-1, além de drebrina no cólon. Ambos os modelos da DP estudados apresentaram plasticidade sináptica no cólon de camundongos. Algumas alterações se iniciam antes dos sintomas motores, sugerindo que a ocorrência de alterações sinápticas entéricas é um evento pré-motor.