"Nada por nós, sem nós": lições sobre autonomia e cuidado com pessoas internadas em sofrimento psíquico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Luciana Silvério Alleluia Higino da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6372
Resumo: Trata-se de uma pesquisa de mestrado que tem como objeto a prática de autonomia das pessoas internadas em sofrimento psíquico nos hospitais psiquiátricos. Tem como objetivo geral discutir o cuidado de enfermagem no âmbito da instituição psiquiátrica na perspectiva da autonomia. Metodologia: estudo qualitativo utilizando a abordagem sociopoética com um Grupo-Pesquisador (GP) composto por oito pessoas internadas em sofrimento psíquico (copesquisadores). Os dados foram produzidos em dois encontros com o GP, pela observação no posto de enfermagem e pela participação na assembleia com as pessoas internadas. As técnicas utilizadas para a produção dos dados foram: a realização de uma dramatização ancorada pelo teatro do oprimido, por uma dinâmica e pela observação participante. Na contra-análise, o GP discutiu e apontou possibilidades para a categorização dos dados produzidos. Discussão: as falas e imagens gravadas foram transcritas e emergiram três categorias relacionadas aos cuidados oferecidos no cenário: Cuidado Instituído, Cuidado Instituinte e Cuidado “Interna-Ação”. A discussão se deu pelo encontro a partir das reflexões teórico-filosóficas com Foucault, Goffman e Lourau. Os Resultados apontaram que as pessoas internadas em sofrimento psíquico procuram diversos recursos para lidar com o cotidiano dos hospitais, pois são atravessados pela relação de poder hierarquizado. Entretanto relatam que é preciso estabelecer uma relação de vínculo entre eles e com os profissionais. Consideram que a confiança mútua, o respeito à religiosidade e a flexibilidade podem ser adotadas como boas práticas pelos profissionais. Conclusão: Considera que são necessárias mais produções, onde o protagonista das ações (recovery) sejam as pessoas internadas; avalia que é necessário construir estratégias para o lidar com a pessoa internada em sofrimento psíquico, por ser imprescindível que todos os dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) tenham em mente a seguinte questão: existe um lugar específico para constituir um cenário ideal da atenção psicossocial? Traz ainda dois produtos relacionados com a pesquisa: uma proposta de oficina (Interna-Ação) e a criação de um videoblog para discussão e interatividade entre profissionais, pessoas em sofrimento, docentes, estudantes, familiares e comunidade em geral