Estudo do comprometimento de fibras nervosas finas utilizando o contact heat evoked potentials em pacientes adultos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana, com e sem neuropatia dolorosa por critérios clínicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pires, Karina Lebeis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35249
Resumo: A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, Human Immunodeficiency Virus (HIV), é importante causa de neuropatia sensitiva e apresenta grande impacto na qualidade de vida. A neuropatia sensitiva associada ao HIV pode acometer 30 a 60% dos indivíduos infectados, com comprometimento predominantemente de fibras finas. Dentre os diversos métodos para avaliação de fibras finas, o Contact heat evoked potentials (CHEPS) é um teste não invasivo que apresenta boa correlação com o exame considerado padão-ouro para diagnóstico de neuropatia de fibras finas que é a biópsia de pele. Até a presente data, não existem estudos que avaliem o comprometimento de fibras finas, utilizando o CHEPS, em pacientes HIV positivos com neuropatia dolorosa. Este estudo buscou avaliar as características neurofisiológicas do comprometimento de fibras finas utilizando o CHEPS, em pacientes HIV positivos, com dor neuropática, comparando-os com um grupo controle de pacientes HIV positivos sem dor neuropática. Como objetivos secundários, avaliou-se a influência de fatores relacionados e não relacionados ao HIV, nos parâmetros do CHEPS, os sinais e sintomas neuropáticos e as escalas de dor neuropática que mais se correlacionaram com as alterações neste exame e, a qualidade de vida dos pacientes com dor neuropática comparando-os com o grupo controle. Para avaliação da neuropatia dolorosa foram utilizadas as escalas Leeds Assessment of Neuropathic Symptoms and Signs (LANSS), Douleur Neuropathique questions 4 (DN4) e Escala de Comprometimento Neuropático (ECN). Para avaliação da qualidade de vida foi utilizada a escala Short Form Health Survey (SF-36). Foram avaliados 56 pacientes, sendo 23 infectados pelo HIV e 33 controles. Dos parâmetros neurofisiológicos do CHEPS, o único que apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos foi a redução da amplitude N2-P2 no membro inferior (média grupo com dor: 13,6 μV; média grupo controle: 21,7 μV – p-valor: 0,02). A presença de alodinia e parestesias foram os sinais e sintomas mais correspondentes com as alterações do CHEPS. A ECN foi a mais correlata com as alterações neste exame. As variáveis relacionadas ao HIV que mais influenciaram nos parâmetos neurofisiológicos foram os valores de CD4 e o tempo de carga viral detectável. Não houve correlação estatisticamente significativa entre as variáveis não relacionadas ao HIV e os parâmetros do CHEPS. A qualidade de vida dos pacientes que apresentavam dor neuropática com alteração no CHEPS foi significativamente pior quando comparada aos pacientes sem alteração no exame.