Perfil clínico, neurofisiológico e histopatológico de pacientes com hanseníase e dor neuropática em centros de referência neuromuscular no Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Braune, Caroline Bittar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26928
http://dx.doi.org./10.22409/PPGMN.2020.m.11646738748
Resumo: A hanseníase é doença infecciosa granulomatosa crônica que figura como problema de saúde pública no Brasil. Essa infecção é uma causa comum de neuropatia periférica em nosso meio, manifestando-se com dor neuropática (DN) em uma considerável parcela dos casos. Os fatores de risco para a ocorrência de dor neuropática nos pacientes com hanseníase ainda são pouco estabelecidos, bem como as características clínicas e de exames complementares que definem esses pacientes. Avaliamos neste estudo os aspectos clínicos, neurofisiológicos e histopatológicos de 18 pacientes com neuropatia hansênica e dor neuropática. Dentre os pacientes estudados, procuramos correlacionar as variáveis clínicas, de eletroneuromiografia (ENMG), dados morfológicos da biópsia de nervo e indicadores de qualidade de vida. Dentre os dados analisados, encontramos correlação estatisticamente significativa (p-valor < 0,05) entre a duração da hanseníase e a duração da dor neuropática associada, e também entre a idade do paciente e o número de nervos afetados na ENMG. Também encontramos relação inversa, estatisticamente significativa (p-valor < 0,05), entre o tempo de dor neuropática e a pontuação no domínio “estado geral da saúde” no questionário de qualidade de vida SF-36, marcando um pior indicador de qualidade de vida entre os pacientes com DN mais prolongada. Identificamos a presença de infiltrado inflamatório na biópsia de nervo da maioria dos pacientes com reação hansênica, e também pior pontuação no domínio “dor" do SF-36 entre esses pacientes; esses dados em conjunto reforçam a premissa conhecida de que a presença de reação hansênica seja um fator de risco para a ocorrência de dor neuropática. Corroboramos, portanto, os dados já estabelecidos de que a dor neuropática é achado bem estabelecido entre os pacientes com neuropatia associada à hanseníase. Concluímos que o conhecimento sobre os fatores de risco e as características associadas à DN nesses pacientes é de potencial importância para traçarmos estratégias que contemplem identificação precoce e tratamento dessa manifestação associada à hanseníase. Além disso, demonstramos que a DN associada à hanseníase impacta negativamente nos indicadores de qualidade de vida dos pacientes, o que reforça ainda mais a importância desse tema na prática neurológica