O feminino como herói Lusíada: figurações clássicas e medievais no épico camoniano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Kreischer, Bárbara Cecília
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Mar
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14960
Resumo: O presente trabalho teve como objeto de pesquisa os aspectos do feminino n’Os Lusíadas, de Luís de Camões, com as figuras de Vênus, Téthys, as ninfas e como no canto III as rainhas D. Teresa, D. Maria, D. Inês e D. Leonor possuem equivalências de sentido às entidades míticas. A análise centrou-se em apresentar os principais aspectos: a contextualização da mulher na Antiguidade e no Medievo, demonstrando como os tempos Humanistas carregavam em si extensões do pensamento das duas épocas e não somente dos clássicos, como é considerado por muitos estudiosos; a compreensão das noções de que a Idade Média não se encerra no século XVI, mas se manifesta de modo híbrido à cultura humanista no tempo de Camões e as possíveis leituras de Homero, Aristóteles, Platão, Virgílio como referências clássicas; das Crônicas Geral de Espanha e de Fernão Lopes como elemento do medievo e de Orlando Furioso, de Ariosto, como obra contemporânea ao épico trabalhado. Tais leituras são as que aqui mais interessaram e as que possivelmente o poeta teria acessado; como o feminino mítico colabora igualitariamente para a empreitada lusíada das navegações, quando as tríades homem – terra – guerra e mulher – mar – amor se colocam: à primeira vista, oposições, que contudo mostram-se elementos colaboradores entre si para a concepção da viagem lusíada, em que seu ápice ocorre no episódio da Ilha dos Amores, quando as tríades se unem pelo amor e pela cópula embora temporariamente. Ainda nesse aspecto, o feminino se mostra conhecedor de um saber misterioso, mas que é revelado a Vasco da Gama no episódio da Máquina do Mundo; por fim, a análise das rainhas do Canto III, um elemento medieval e carregado de concepções morais do capitão, mostra-se como um equivalente do feminino grego em tempos medievais. Dessa forma, as representações literárias do medievo não aparecem como um hiato entre os gregos e os portugueses, mas uma transfiguração de concepções conciliadas sobre a mulher histórica e a mulher imaginada, que deságuam em uma perspectiva plurissignificante do feminino na obra