Avaliação de polimorfismos nos genes EGF e EGFR e a susceptibilidade à pré-eclâmpsia severa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Carolina Barbara Nogueira de
Outros Autores: Penna, Ivan Andrade de Araújo, Saraiva, Antonio Marcos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
EGF
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/4715
Resumo: Cerca de 10-15% das causas de mortalidade e morbidade materna em países desenvolvidos e 37% das causas de morte obstétricas diretas no Brasil podem ser associadas à pré-eclâmpsia. A pré-eclâmpsia é uma patologia multissistêmica definida por uma hipertensão associada a uma proteinúria, após a 20ª semana de gestação. As manifestações clínicas desta doença podem se apresentar como uma síndrome materna ou fetal e de acordo com a gravidade podem ser classificadas em leve ou severa e de início precoce ou tardio. Apesar do conhecimento limitado sobre esta patologia, existem fortes evidências de envolvimento do componente genético na etiologia da pré-eclâmpsia. O fator de crescimento epidérmico (EGF) desempenha um papel importante na regulação do crescimento, proliferação e diferenciação celular, através da ligação ao seu receptor, o EGFR. Acredita-se que este fator esteja relacionado com a regulação do crescimento e da função placentária durante a gestação. Variações na sequência do DNA desses genes podem levar a uma alteração nos níveis de transcrição gênica e, como consequência, ser responsável por mudanças nos níveis de produção e/ou atividade desses fatores. O polimorfismo EGF +61 G>A está associado com a produção in vitro da proteína EGF e os polimorfismos EGFR -216 G>T e -191 C>A estão correlacionados a mudanças na atividade do promotor e na expressão de RNAm desse gene. O objetivo geral do nosso estudo foi avaliar uma possível associação entre polimorfismos funcionais nos genes EGF (+61 G>A) e EGFR (-216 G>T e -191 C>A) e a susceptibilidade à pré-eclâmpsia severa na população de gestantes do Estado do Rio de Janeiro, através de um estudo caso-controle. Como objetivos específicos, além de analisarmos uma possível interação entre os polimorfismos no desenvolvimento da pré-eclâmpsia severa, buscamos associar os polimorfismos ao histórico familiar da doença. O estudo foi composto por dois grupos, pareados por etnia: um grupo caso composto por 98 mulheres com pré-eclâmpsia severa e um grupo controle com 98 mulheres saudáveis. Os polimorfismos EGF (+61 G>A) e EGFR (-216 G>T e -191 C>A) foram avaliados pela reação em cadeia da polimerase seguida por análise de polimorfismos por tamanho de fragmentos de restrição (PCR-RFLP). As variáveis categóricas, frequências alélicas e genotípicas foram comparadas através do teste do exato de Fisher, e o teste t de Student foi utilizado para comparação das variáveis contínuas em cada grupo. Os resultados demonstram que o alelo A do polimorfismo -191 do gene EGFR está associado com a susceptibilidade à pré-eclâmpsia severa (p<0,05). Não houve associação significativa entre os outros polimorfismos (EGF +61 G>A e EGFR -216 G>T) e a susceptibilidade à pré-eclâmpsia severa (p>0,05), assim como também não foi encontrada relação entre a interação dos polimorfismos, histórico familiar e o desenvolvimento da pré-eclâmpsia severa. Além desses resultados, também foram encontradas diferenças significativas ao avaliarmos as características demográficas e clínicas entre os grupos. Este é o primeiro estudo a avaliar associações entre pré-eclâmpsia severa e os polimorfismos -216 G>T e -191C>A do gene EGFR e o primeiro estudo na população brasileira a investigar a associação do polimorfismo EGF +61 G>A e a doença. Com esse achado, podemos sugerir que o polimorfismo, o -191C>A do gene EGFR, possa ser o responsável por alguma regulação na produção do EGFR, e que através dessa regulação possa desempenhar algum papel importante na susceptibilidade à pré-eclâmpsia severa em mulheres do Estado do Rio de Janeiro.