Comparação de metodologias diagnósticas para leishmaniose visceral em cães domésticos provenientes de área de baixa transmissão nas cidades de Niterói e Maricá, Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Spinelli, Renan Monnerat
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9753
Resumo: O diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina (LVC) deve ser eficaz e rápido e estar associado a uma política de esclarecimento e conscientização da população para um controle efetivo desta zoonose. Entretanto, o diagnóstico ainda é um dos maiores desafios na medicina veterinária, especialmente em áreas de baixa transmissão. Portanto, o objetivo deste estudo foi comparar metodologias diagnósticas utilizadas para LVC, em cães nas cidades de Niterói e Maricá, RJ, consideradas de baixa transmissão, e associar esses resultados aos dados clínicos e hematológicos destes animais. Foram utilizados os testes sorológicos TR-DPP® e ELISA (EIE®-LVC e ELISA “in house”) para triagem dos 214 cães participantes do estudo. Utilizando o preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) para definir um animal positivo para LVC (TR-DPP® + EIE®-LVC) obtivemos um total de 9,3% (20/214) de animais positivos. Utilizou-se como critério para coleta de material biológico para confirmação parasitológica a positividade no TR-DPP®. Foram coletados material de medula óssea e fragmento de pele para realização dos seguintes testes parasitológicos: histopatologia, imunohistoquímica e cultura. O material da medula óssea foi previamente centrifugado e fixado em solução específica para a formação do “Cell Block” para posteriormente ser submetido às análises por histopatologia e imunohistoquímica. Também foram confeccionadas lâminas de “squash” da medula óssea. Do total de 20 cães analisados 75% (15/20) apresentaram em pelo menos uma análise, formas parasitárias compatíveis com Leishmania sp. Ao utilizarmos a medula óssea como amostra, observamos que a pesquisa direta (“squash”) revelou 73,7% (14/19) de animais com presença de formas parasitárias semelhantes a amastigotas de Leishmania sp., 15,8% (3/19) positivaram na análise histopatológica do “Cell Block”, 36,8% (7/19) na análise da imunohistoquímica e 55,5% (10/18) obtiveram crescimento da forma parasitária na cultura “in vitro”. Já em relação aos fragmentos íntegros de pele utilizados como amostra, observamos que 20% (4/20) dos animais apresentaram formas parasitárias na histopatologia, em 25% (5/20) das amostras obtivemos resultados positivos na análise da imunohistoquímica e em 42,1% (8/19) dos fragmentos íntegros de pele encaminhados para cultura obtivemos crescimento do parasito. As amostras positivas na cultura foram submetidas à caracterização por isoenzimas onde foi confirmada a espécie Leishmania infantum. Das técnicas parasitológicas observamos que a medula óssea obteve os melhores resultados ao ser utilizada como amostra, e o “squash” apresentou melhor desempenho entre os testes realizados. Em relação à sintomatologia dos cães considerados positivos pelo MS obtivemos 60% (12/20) sintomáticos, 20% (4/20) oligossintomáticos e 20% (4/20) assintomáticos. Os sintomas mais comuns foram lesões de pele e alopecia local em 70% (14/20) dos cães, seguidas de emagrecimento e onicogrifose em 50% (10/20). E nas análises hematológicas e bioquímicas observamos principalmente anemia em 60% (12/20) dos animais soropositivos, hiperproteinemia em 70% (14/20) e hiperglobulinemia em 80% (16/20). Observamos, por fim, uma elevada quantidade de cães soropositivos, além da confirmação parasitológica com a presença de Leishmania infantum ratificando a circulação do parasito nesta área.