Condições morfodinâmicas e susceptibilidade a afogamentos em praias oceânicas de Niterói e Maricá (RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Araújo, Jessyca dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia - Faculdade de Formação de Professores (FFP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20721
Resumo: Afogamentos estão entre as principais causas de mortes no mundo, inclusive no Brasil. Os litorais de Niterói e Maricá (RJ) vem experimentando um intenso processo de ocupação, influenciado pelo rápido crescimento urbano da região nas últimas décadas. Esses litorais possuem praias oceânicas com elevada dinâmica, marcadas pela incidência de ondas de alta energia, e que são frequentadas por banhistas que chegam de diversas áreas do Estado do Rio de Janeiro, de outros estados e países. Como resultado são comuns os casos de afogamentos nessas praias, inclusive fatais, frequentemente relatados pelos jornais locais e nas redes sociais. O presente estudo tem como objetivo compreender a relação entre a dinâmica costeira e o perfil das vítimas de afogamento nas praias oceânicas dos municípios de Niterói e Maricá. Para tal, foram analisados dados de ocorrência de afogamentos registrados pelo 4°GMAR/CBMERJ nos anos de 2018 e 2019, e relacionados com as variáveis ambientais (geomorfologia e processos costeiros) e perfil das vítimas (faixa etária, local de residência, gênero, entre outros). As praias que apresentaram o maior número de registros de afogamentos foram: Itacoatiara, em Niterói, com um total de 459 ocorrências (média de 153 entre os postos) em 2018 e 731 (média de 243,6) em 2019; seguida por Ponta Negra, em Maricá, com 237 ocorrências no total (média de 79 entre os postos) em 2018 e 362 (média de 120,6) em 2019. Essas praias possuem uma elevada dinâmica e foram classificadas como refletiva e intermediária, respectivamente. Ambas as praias são consideradas moderadamente perigosas para o banho de mar em condições de tempo bom e altamente perigosas sob condição de tempestade, considerando-se a classificação de Short e Hogan (1994). O banhista considerado em maior situação de risco é do sexo masculino (63-61% em Niterói e 57-66% em Maricá), jovem e adolescente de idade entre 11 e 24 anos (63-67% em Niterói e 66-67% em Maricá). A maioria dos registros de afogamento refere-se a pessoas residentes no próprio município (34-29% em Niterói e 30-25% em Maricá, em 2018 e 2019, respectivamente). Chama a atenção o grande número de ocorrências envolvendo pessoas residentes no município de São Gonçalo (35-45%, Niterói; 18-29% em relação a Maricá). Os resultados aqui apresentados reforçam a necessidade de se desenvolver ações de educação e prevenção voltadas para os usuários de praias, com ênfase no público em idade escolar.