Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Marcelo Bordoni |
Orientador(a): |
Veras, Patrícia Sampaio Tavares |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/9476
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Resumo: |
A leishmaniose visceral é considerada um sério problema de saúde pública, encontrando‐se disseminada por todo o Brasil. Em áreas urbanas, o cão é considerado a principal fonte de infecção para o agente etiológico Leishmania infantum. A identificação de áreas e fatores de risco associados com a infecção por L. infantum, é primordial para o planejamento de medidas efetivas de prevenção e controle. O presente trabalho tem como objetivo identificar a prevalência, distribuição e prováveis fatores de risco para leishmaniose visceral canina (LVC) em Camaçari-BA. Foi realizado um estudo de corte transversal compreendendo 36 bairros do município. O cálculo do tamanho da amostra de cada bairro incluido no estudo, foi baseado no censo da campanha antirrábica canina,considerando-se 20% como prevalência esperada para LVC, 5% de erro esperado e nível de confiança de 95%, totalizando 800 cães a serem avaliados. As residências incluídas no estudo foram selecionadas aleatoriamente. Os proprietários dos animais foram submetidos a um questionário contendo variáveis epidemiológicas relevantes para LVC. Os animais foram avaliados clinicamente e foram coletadas amostras sanguíneas e esplênicas.O diagnóstico de LVC foi determinado por sorologia (ELISA) ou cultura de aspirado esplênico.Foi calculada a prevalência da LVC para as zonas orla e sede do município e para cada bairro avaliado.A razão de prevalência (RP) da LVC foi determinada em relação às variáveis epidemiológicas avaliadas nos questionários e aos sinais clínicos encontrados nos animais.Foram coletados dados referentes a 800 cães residentes em 530 domicílios. A infecção por L. infantumfoi detectada em 21,8% dos animais avaliados. Foi observada uma prevalência média de 32,9% na zona orla do município, com maior ocorrência nos bairros de Pé de areia (51,7%), Barra de Jacuípe (51,3%) e Monte Gordo (50,0%). A zona sede apresentou uma prevalência menor, com média de 11,9%, destacando-se os bairros Montenegro, Jardim Limoeiro e FICAM onde foram detectadas ocorrências mais elevadas, 37,5%, 31,8% e 29,4% respectivamente. As principais características associadas a um aumento da prevalência de LVC, foram localização na zona orla de Camaçari (RP 2,57; IC95% 1,90-3,47); ocorrência prévia de casos humanos de LV nas residências (RP 2,32; IC95% 1,47-3,77); ocorrência prévia de LVC na residência (RP 2,22; IC95% 1,64-3,00).Dentre ossinais clínicos avaliados, as maiores prevalências para LVC foram observadas nos animais que apresentavam onicogrifose (RP 2,43; IC95% 1,87-3,16) e sinais referentes à pina de orelha como úlcera (RP 2,35; IC95% 1,82-3,04) e crosta (RP 2,23; IC95% 1,69-2,93). Os resultados confirmam a endemicidade daLVC em Camaçari de uma forma mais representativa, além de apontar fatores e sinais clínicos relacionados com a alta prevalência da doença. Esses achados podem ser úteis no direcionamento de medidas efetivas para controle da leishmaniose na população canina e humana. |