Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Valadares, Thiago Quintas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/9949
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Resumo: |
Sob o enfoque do funcionalismo linguístico, nos termos de Givón (2001), Bybee (2003), Furtado da Cunha, Oliveira e Martelotta (2003) e Traugott e Dasher (2005), o presente trabalho propõe a análise da ordenação dos pronomes locativos aqui, ali, aí, lá e cá em cartas pessoais dos séculos XVIII, XIX e XX. A seleção de tais elementos é explicada por serem estes os mais utilizados na comunicação em língua portuguesa. A escolha do gênero epistolar justifica-se pelo alto grau de informalidade e subjetividade que ocorrem quando o remetente escreve a carta ao seu destinatário. Este tipo de texto pode ainda revelar características e marcas sociais dos períodos em estudo. Para interpretação e comparação dos dados, selecionamos dois conjuntos de cartas por sincronia: do século XVIII, os documentos da Marquesa de Alorna e de Diogo Pina Manique; do século XIX, as correspondências da família Ottoni e de Eça de Queiroz e do português contemporâneo, as cartas de Clarice Lispector e de Mário de Andrade. Visamos estabelecer uma relação entre as questões discursivas e gramaticais nesses materiais de pesquisa, uma vez que acreditamos que o perfil de cada remetente e de cada destinatário influencia os usos dos locativos em cada grupo de cartas pessoais analisado. Observamos nos corpora: 1) aspectos de mudança e variação ocorridos nestas épocas; 2) a ordem dos pronomes adverbiais locativos em relação ao verbo da sentença; 3) a polissemia que caracteriza seus usos; 4) e a possível gramaticalização processada. Nos dados da pesquisa que desenvolvemos, temos confirmado algumas de nossas hipóteses. Desta forma: 1) assumimos o quase cancelamento da colocação dos pronomes locativos entre o sujeito e o verbo, 2) temos evidência de que as posições pré-verbais revelam- se mais frequentes no século XVIII e as pós-verbais tornarem-se mais recorrentes a partir do século XIX. ; 3) a posição contígua à direita do verbo é considerada a ordenação não-marcada do português atual; 4) quanto à referenciação dos pronomes locativos, estes tendem à articulação de sentido físico. Estamos relacionando essa incidência ao fato de, nesses materiais, haver a tendência a referências mais evidentes e efetivas, relativas aos fatos do cotidiano e às informações minuciosas sobre os lugares e acontecimentos vividos por aqueles que estão se comunicando por cartas pessoais; 5) mecanismos exofóricos são mais utilizados em cartas pessoais; 6) maior recorrência de enquadramentos espaciais, em virtude de características tipológicas do gênero carta |