Locativos e sintagmas preposicionados no português quatrocentista: um estudo do movimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Mendes, Jaqueline Massagardi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-17112009-161534/
Resumo: Nesta tese estudamos o movimento de sintagmas preposicionados (PPs), pronomes locativos (Locs) e pronomes locativos preposicionados (LocPs) em estruturas encaixadas do português quatrocentista, admitindo que esse período acomode variações que apontam para uma competição de gramáticas na linha de Kroch (1989, 1994, 2003). Assumimos com Martins (1994), Muidine (2000) e Moraes de Castilho (2005), que os pronomes locativos hi e ende tenham coexistido com os PPs, mas foram suplantados por estes últimos a partir do séc.XV. Tomando-se como corpus representativo do português quatrocentista a Crônica do Conde Dom Pedro de Menezes de Zurara, de fato atestamos PPs convivendo com pronomes locativos nos mesmos contextos sintáticos e inclusive os redobrando. As estruturas de redobro de um locativo por um PP mostraram-se relevantes por indicar a especialização das posições desses elementos. Fazemos uso de duas linhas teóricas, conforme proposta de Kato e Tarallo (1989): um modelo mais formal como a Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1986) e um de cunho variacionista como a Sociolinguística Laboviana, Para uma análise descritiva dos dados, seguimos a metodologia da Sociolingüística Quantitativa, pontuando fatores lingüísticos condicionadores da posição desses constituintes. De modo geral, os cálculos estatísticos registraram altos índices de movimento dos locativos, por um lado, mas baixos índices de movimento dos PPs, por outro. Já os LocPs equilibraram movimento e posição canônica. Outros fatores como função sintática e tipo de oração incidiram no movimento de PPs e Locs, sobretudo. A análise interpretativa dos resultados se deu sob uma perspectiva gerativista, à luz da Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1981,1986). Tomando-se o clítico e o sujeito como marcadores de fronteira, conforme propostas de Martins (1994) e Belletti (2002), foi possível vislumbrar quatro posições de ancoragem para os Locs e PPs, que se distribuíram ao longo da estrutura sentencial. Ficou, por fim, evidente, que o movimento de Locs, PPs e LocPs é um caso de competição de gramáticas no português quatrocentista, que acompanha algumas mudanças que desembocam na constituição do português brasileiro.