Consequências do sobrepeso durante a lactação sobre a saúde cardiovascular de ratos wistar jovens e adultos de ambos os sexos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Araújo, Gracielle Amaral de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11707
Resumo: Modelos animais de ninhada reduzida são úteis para a investigação das consequências da obesidade infantil em longo prazo. Estudos reportam que o sexo pode afetar a apresentação da doença cardiovascular, seu diagnóstico e prognóstico, impactando na prática clínica. Em adição, de acordo com a literatura, o curso temporal da doença também é relevante. Assim, o objetivo do presente trabalho, aprovado pelo comitê de ética local (CEUA-UFF 812/2016), foi avaliar as consequências do sobrepeso neonatal sobre a saúde cardiovascular de ratos Wistar machos e fêmeas, jovens e adultos, oriundos de ninhada reduzida durante a lactação. Após o nascimento as ninhadas foram aleatoriamente ajustadas para 8 ou 4 filhotes por mãe, de ambos os sexos em igual proporção, originando respectivamente os grupos Controle e Sobrepeso, machos e fêmeas. A massa corporal (MC) e o consumo de ração foram monitorados ao longo de todo o período experimental. Os filhotes foram desmamados no dia pós-natal (DPN) 21 e avaliados nos DPN30 e 150, sendo submetidos à pletismografia de cauda, ecocardiografia e teste ergométrico de esforço máximo. Os dados foram apresentados como média±desvio padrão, analisados por meio de teste estatístico apropriado e a significância aceita se p<0,05. Durante a lactação, o consumo de ração pelas mães com ninhada reduzida foi inferior às mães do grupo Controle (p>0,05). Porém, os filhotes do grupo Sobrepeso, machos e fêmeas, apresentaram maior variação ponderal no período de lactação (38,4g x 33,6g), associada a maior massa corporal no mesmo período comparados aos respectivos Controles. Após o desmame esse perfil não é mais observado sendo relacionado a um menor consumo alimentar (10%). Apesar disso os dados sugerem uma adiposidade maior em machos do grupo Sobrepeso que apresentaram maior razão entre as circunferências abdominal e torácica no DPN150 comparados ao Controle (1,21±0,06 x 1,15±0,04). Ensaios ecocardiográficos apontam alterações cardíacas apenas estruturais, na vida adulta verificadas pela maior espessura tanto do septo interventricular em diástole (0,227±0,028 x 0,195±0,025cm) como relativa da parede (0,880±0,115 x 0,740±0,139cm) registradas para o grupo Sobrepeso que também apresentou maior pressão arterial sistólica desde jovem (142,6±15,2x126,3±15,9mmHg). Distintamente dos machos, nas fêmeas foi associada a menor pressão arterial sistólica no DPN150 (124,8±15,3 x 140,5±19,6mmHg), sem alterações na função/estrutura cardíaca. O desempenho no teste ergométrico de esforço máximo não foi modulado neste modelo experimental. Os dados sugerem que o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em machos é aumentado na vida adulta pelo sobrepeso durante a lactação, o que talvez possa ser explicado pela ausência do efeito cardioprotetor do estrogênio proposto para as fêmeas do presente estudo após a maturidade e antes da senescência sexual