Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Melo, Vangelina Lins |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/21873
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Resumo: |
O trabalho em unidade de alimentação e nutrição, geralmente, coloca o trabalhador frente às constantes situações de exigências de alta produtividade, em tempo limitado e, muitas vezes, expostos às condições laborais desfavoráveis causadas pelo próprio Contexto de Trabalho. Assim, esse estudo objetivou discutir a relação entre o Contexto de Trabalho, o Prazer/Sofrimento psíquico e o risco de adoecimento dos trabalhadores de uma Unidade de Alimentação e Nutrição, à luz da Psicodinâmica do Trabalho de Dejours. Trata-se de um estudo exploratório, por meio de pesquisa de campo, com abordagem mista, sequencial, de mesmo status, com 52 trabalhadores de alimentação coletiva de um Restaurante Universitário público do município de Niterói-RJ. A coleta dos dados ocorreu de abril a junho/2019, com observação direta não participante, entrevista semiestruturada com utilização de um formulário sociodemográfico e profissional e questões abertas que responderam aos objetivos do estudo. Foram também aplicadas as Escalas de Avaliação do Contexto de Trabalho e de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho. As respostas do formulário foram submetidas à análise lexical pelo ALCESTE. Os dados das escalas foram submetidos ao programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Os resultados foram apresentados por: quadros, tabelas e gráficos. Evidenciou-se, pelo ALCESTE, as Classes 1 e 2, ambas com o mesmo conteúdo temático, com diferenciação entre elas no predomínio desses conteúdos. Dessas Classes, emergiu uma única Categoria originando cinco SubCategorias, intituladas: Relação interpessoal no trabalho; Dificuldades e necessidades laborais dos trabalhadores; Doenças ocupacionais de trabalhadores de Unidade de Alimentação e Nutrição; Estratégias defensivas e Satisfação no trabalho. Nas escalas, todos os domínios foram considerados críticos quanto a oferecer risco de adoecimento aos trabalhadores, na do Contexto de Trabalho foram pior avaliadas a Organização e as Condições de Trabalho, já os indicadores de Prazer/Sofrimento mais críticos foram: Liberdade de Expressão e Esgotamento Profissional sendo este influenciado, predominantemente, pela organização do trabalho. Nesse estudo, confirmou-se a hipótese de que o Contexto de Trabalho implica em mais sofrimento psíquico dos trabalhadores, comparado com o prazer. Constatou-se precarização do trabalho, consequente da terceirização, da organização e das condições de trabalho. Evidenciou-se que esses trabalhadores encontravam-se em sofrimento social não conseguindo ressignificar o sofrimento, observado pelo conjunto de estratégias defensivas utilizadas por eles, por questão de sobrevivência. Do ponto de vista da subjetividade, o discurso do trabalhador muito defensivo levou a crer que este encontre-se em servidão voluntária patologizado. Concluiu-se que as avaliações críticas de todos os domínios das escalas sinalizaram o sofrimento no trabalho, evidenciando os fatores de risco de adoecimento, possibilitando direcionar medidas de intervenção, por parte dos gestores, em curto e em médio prazo, que protejam os trabalhadores. Concluiu-se ainda que a alta utilização de estratégias defensivas, pelos trabalhadores do Restaurante Universitário, faz-se necessária por uma questão de sobrevivência, à medida que elas alienam e protegem os trabalhadores. Os achados desse estudo poderão auxiliar na reflexão sobre o impacto do trabalho na saúde do trabalhador, considerando que as situações de sofrimento podem interferir na saúde física e psíquica dos trabalhadores |