Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Costa, Helton Messini da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/31741
|
Resumo: |
As primeiras décadas do século XXI apresentaram um vasto conjunto de transformações econômicas, políticas, culturais e sociais em várias partes do mundo. A expansão da racionalidade neoliberal e sua capilarização espacial e espiritual para além dos limites da racionalidade econômica, nos âmbitos éticos, políticos, estéticos e culturais, decorrentes, dentre outras causas, dos efeitos políticos e ideológicos do colapso da União da Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), bem como, das novas dinâmicas de acumulação capitalista em tempos de crise, lograram o aprofundamento da hegemonia do sistema do capital. Ao ponto que, sua aparente naturalização, isto é, a ideia de que a ordem capitalista de dominação e sua correspondente democracia liberal representam o estágio derradeiro de desenvolvimento da humanidade, um desenvolvimento natural e em acordo com as vontades e necessidades de toda a humanidade, atingira um máximo realismo, ocultando e mistificando, dessa forma, o esgarçamento das contradições do capital que, acelera as desigualdades, aprofunda a concentração da riqueza, reitera e justifica a violência e as opressões de todas as ordens, acentua e, ao mesmo tempo, dissimula a emergência climática etc. Intempéries que, manifestam ao conjunto da humanidade um excedente de barbárie e, por isso, as designamos em nossas reflexões de mais-barbárie. A seu turno, o campo da educação não esteve alheio a este movimento. Circunscrita às disputas pelo seu potencial formativo e, não obstante, pela possibilidade de proporcionar acumulação de capital, a educação, em geral e, a escola, em particular, encontram-se nestas primeiras décadas do século XXI no centro dos embates capitaneados tanto, pelo avanço da extrema direita em várias partes do mundo e o recrudescimento da ofensiva neoliberal quanto, pelas lutas dos movimentos sociais e populares. Destas observações, a pesquisa aqui empreendida concentrou-se em investigar e analisar estas disputas e embates na especificidade da sociedade brasileira, balizada, no que diz respeito à educação e à escola, por fenômenos que buscam inverter e interditar sua capacidade ontocriadora outorgando-a à adaptabilidade ao estado de coisas apresentado e à desumanização. Interdição que, envolta às mediações conjunturais e estruturais da sociedade brasileira, aos aspectos relativos à formação desta sociedade e suas contradições, na totalidade da dinâmica do capital em crise, que fomenta o recrudescimento da ofensiva neoliberal, denominamos no escopo da pesquisa de miséria do saber. Frente a este contexto, procuramos inferir, a partir das experiências desenvolvidas na longa história de lutas pela educação brasileira, pontos inegociáveis ao enfrentamento da miséria do saber, postulando questões que perseguem um horizonte revolucionário de uma educação para a formação do humano no humano. |