Almirante Lorde Thomas Cochrane: Estratégia Naval e Ethos na Condução da Guerra da Independência na Bahia em 1823

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Jungstedt, Alceu Oliveira Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36824
Resumo: Esta dissertação trata das concepções estratégicas navais adotadas pela Marinha do Brasil (MB) contra a esquadra portuguesa na Bahia, em 1823. O propósito desta dissertação é verificar porquê o Almirante Thomas Cochrane adotou concepções estratégicas de conquista do controle do mar, que levaram à expulsão dos portugueses da Bahia, sendo o contendor mais fraco. A hipótese assumida foi de que as experiências prévias e o ethos dos oficiais britânicos contratados, principalmente Lorde Thomas Cochrane, contribuíram para que a MB adotasse concepções estratégicas normalmente utilizadas pelo contendor mais forte. Esta dissertação está inserida no campo dos Estudos Estratégicos através da análise de um caso histórico, a atuação da Marinha Imperial na Guerra da Independência do Brasil, sob a perspectiva da Estratégia Naval. A análise dialogará com a História Política, principalmente com a História Militar. A bibliografia do período não se aprofunda no porquê do emprego das concepções da batalha decisiva e do bloqueio por Cochrane. Esta pesquisa gira em torno da análise da discrepância entre as concepções navais adotadas por Cochrane na Bahia, e a sistematização teórica sobre a condução da guerra no mar (Corbett, 2021). Para a compreensão do ethos, sua formação e suas consequências no objeto da pesquisa, foi utilizado trabalho de Norbert Elias (2007) sobre a gênese da profissão naval. A pesquisa foi do tipo qualitativa. Com relação aos seus objetivos específicos, ela foi descritiva-explicativa. Utilizou-se o estudo de caso histórico da atuação da esquadra brasileira na Bahia para exemplificar como uma força mais fraca buscou a batalha e executou o bloqueio. Na análise de artigos e dos documentos do Arquivo Cochrane, foi utilizado o paradigma indiciário (Ginzburg, 1989) visando identificar traços do ethos dos oficiais de marinha britânicos a partir de vestígios, indícios e pistas. A comparação dos poderes combatentes comprovou que a esquadra brasileira era a mais fraca. A análise do ethos da Royal Navy verificou como a disputa e o conflito entre os cavalheiros e os tarpaulins resultou na fusão das habilidades militares e náuticas. Cochrane fizera seu nome como um dos maiorescomandantes de fragata da história, com ataques ousados e corajosos, que se repetiram no comando da Marinha Chilena. No comando da esquadra brasileira, o Combate Naval da Bahia e o bloqueio naval de Salvador contribuíram para quebrar o ânimo dos portugueses contrários à independência. Através de indícios constantes nos artigos e na documentação, percebeu-se a influência das tradições, valores e costumes da Royal Navy sobre a marinha brasileira, como a preocupação com as regras da guerra, os costumes com relação ao tratamento dos prisioneiros, a idade para o recrutamento, a sugestão da utilização das leis e regulamentos britânicos e o respeito a tradição e a lei referente ao apresamento dos navios mercantes inimigos. Acreditamos que a hipótese apresentada na introdução foi validada, pois as experiências prévias e o ethos dos oficiais britânicos contratados, principalmente Lorde Cochrane, contribuíram para que a Marinha do Brasil adotasse concepções estratégicas normalmente utilizadas pelo contendor mais forte.