O índice de esforço inspiratório cronometrado, como um novo previsor de desmame ventilatório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Souza, Leonardo Cordeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9502
Resumo: Introdução: A ventilação mecânica (VM) é uma terapia essencial para pacientes com falência respiratória aguda. O processo de desmame ventilatório deve ser iniciado quando as causas precipitantes do emprego da prótese ventilatória estiverem resolvidas. Um desmame inapropriadamente lento expõe o paciente a um desconforto desnecessário, aumenta o risco de complicações e eleva o custo do tratamento hospitalar. Nesse sentido, índices que possam predizer um desmame bem-sucedido seriam de grande utilidade. Objetivo: O objetivo deste estudo foi propor um novo parâmetro, o índice de esforço inspiratório cronometrado (TIE, do inglês, timed inspiratory effort), que é a razão entre a pressão inspiratória máxima registrada ao longo de um período de 60 segundos e o tempo necessário para seu alcance, com outros índices respiratórios utilizados como previsores de desmame ventilatório, a saber: a pressão traqueal em 0,1 segundos (P0,1), a pressão inspiratória máxima (PImáx), a relação entre a frequência respiratória sob o volume corrente (f/Vt), o índice integrado de desmame (IWI), a razão entre P0,1/PImáx e o produto entre f/Vt.P0,1. Métodos: Este estudo observacional prospectivo incluiu pacientes em VM há mais de 24h, julgados aptos para o desmame. Eles foram estratificados de acordo com o tempo de assistência ventilatória: Grupo 1, pacientes intubados com tempo de VM ≤14 dias, e Grupo 2, pacientes traqueostomizados com tempo de VM >14 dias. Todos tiveram o índice de TIE e os outros 6 índices de desmame avaliados. O desfecho primário foi o desempenho de cada índice avaliado através do cálculo da área sob a curva ROC (Receiver Operating Characteristic). Valores de P<0,05 foram considerados significativos. Resultados: Dos 128 pacientes inicialmente selecionados, 103 (58 do sexo masculino) concluíram o estudo, sendo, a idade média de 61 ± 20 anos. Ao todo, 60 pacientes foram desmamados, 43 falharam no desmame e 32 morreram durante o período de estudo. A duração média da VM foi de 17,5 ± 17,3 dias. As áreas sob a curva ROC dos três previsores de desmame (índice TIE, 0,90; índice integrado de desmame, IWI, 0,86; e relação frequência respiratória sob volume corrente, f/Vt, 0,80), foram maiores do que as dos os outros índices estudados, porém sem diferença estatística entre eles (P=0,33, para TIE vs. IWI e P=0,07 para TIE vs. f/Vt). No subgrupo com doenças neurológicas e neuromusculares, a área sob a curva ROC do índice TIE (0,96) foi significantemente maior do que a do IWI (0,82, P=0,03) e a do f/Vt (0,72, P=0,0007). Conclusão: O índice TIE apresentou um desempenho superior aos melhores índices de desmame utilizados na prática clínica.