Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Jenifer Garcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/24757
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Resumo: |
A planície deltaica do rio Paraíba do Sul, na costa norte do estado do Rio de Janeiro, é uma área importante para estudos paleoambientais, todavia estudos sobre a vegetação através das biomineralizações de sílica são inéditos nessa região. A evolução dessa planície deltaica deu origem a diversas lagoas formadas sob diferentes regimes de nível do mar e variações climáticas. Essaslagoas rasas, atualmente isoladas ou não do mar, são na verdaderelictos de baías de um grande sistema de paleolagoas. Além disso, essa região também sofre grande influência da ocupação desordenada que retirou grande parte da cobertura vegetal original, substituindo por grandes plantações de cana de-açúcar e pastagens. Diante da importância que essas áreas costeiras têm para os ecossistemas e devido a sua vulnerabilidade, pretende-se que este trabalho de reconstituição paleoambiental através de biomineralizações de sílica seja uma contribuição para a compreensão da dinâmica atual e pretérita do litoral norte fluminense. Para tal, foram feitas 4 sondagens geológicas nas quais foram realizadas análises de silicofitólitos, que representam a vegetação terrestre, de espículas de esponjas e frústulas de diatomáceas como bioindicadores aquáticos, da granulometria dos sedimentos, a identificação de conchas e datações 14C–AMS. Nas sondagens analisadas foram identificadas zonas com características ambientais distintas. Algumas foram associadas a fases de ambiente mais continental, com granulometria mais fina e predomínio de indicadores terrestres, os fitólitos, como as Zonas I das Sondagens 1, 2 e 4. Na Sondagem 3 essa fase mais continental não foi identificada, sendo a zona mais antiga caracterizada como um ambiente estuarino. Em todas as sondagens a fase continental ou estuarina é substituída por uma com maior presença de superfícies líquidas, o que foi identificado pela mudança para uma granulometria mais arenosa e maior presença dos bioindicadores aquáticos (espículas de esponjas e frústulas de diatomáceas). Essa fase corresponde, provavelmente, ao máximo da transgressão do Holoceno, ocorrido há cerca de 5.000 anos AP.Na última zona de todas as sondagens foi identificado um ambiente litorâneo, com vegetação terrestre predominantemente herbácea e de áreas alagadas, mas também grande presença de corpos aquosos de água doce ou salobra e forte influência marinha. Essa fase provavelmente está ligada a um período de regressão marinha a partir dos 4000 / 3700 anos AP. Mais recentemente, a atividade antrópica também tem contribuído muito para mudanças na vegetação e no sistema de drenagem da região. A análise multiproxy, utilizando biomineralizações de sílica de organismos aquáticos e terrestres, associada a outros estudos geológicos, geomorfológicos e de outros indicadores biogeoquímicos já realizados na região, contribuiu para a melhor compreensão das condições relacionadas à dinâmica e evolução dos ambientes deposicionais e de sua complexidade neste trecho do litoral fluminense. O conhecimento do passado é essencial a compreensão dos processos atuais contribuindo, assim, para o gerenciamento e preservação desses ambientes e sua biodiversidade. |