Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Mariana Ramos Vieira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/21791
|
Resumo: |
Esta dissertação pretende investigar as formas como o cinema popular de horror, como artefato cultural e histórico, produzido entre as décadas de 1970 e 1980, na América do Norte e na Europa, refletiu as ansiedades da ideologia patriarcal hegemônica frente ao desafio imposto pelas lutas e teorizações feministas que lhes eram contemporâneas. Dentro de um cenário de intensas e dolorosas mudanças sociais e culturais, o horror torna¬se um espaço privilegiado para compreendermos as complexas negociações políticas em torno das categorias de gênero e sexo. O horror é utilizado como moldura narrativa para discursos que refletem, mesmo que não abertamente, sobre o processo violento de conformação dos corpos femininos aos padrões sociais vigentes, corroborando, organizando, complexificando, ou mesmo, subvertendo, discursos que buscam lidar dramaticamente com os medos gerados por estes corpos e suas sexualidades, através de protagonistas femininas que incorporam o monstruoso, mulheres essas que por seus “desvios” se tornam os monstros desse horror fílmico. Dessa forma, este gênero organiza dentro de um regime dramático as disputas socioculturais em torno da significação e representação das mulheres que ocorrem para além do mundo estritamente fílmico. Nesta dissertação, o horror será analisado em sua relação com dois outros “gêneros do corpo” (WILLIAMS, 2004), o melodrama familiar e a pornografia, gêneros estes cuja exploração máxima do corpo em momentos de sensações extremas é parte essencial do pacto com seus espectadores. Esta relação bastante complexa que será explorada em suas nuances através da análise dos filmes O Exorcista (1973, William Friedkin), Carrie ¬ A Estranha (1976, Brian De Palma), Os Filhos do Medo (1979, David Cronenberg), A Marca da Pantera (1982, Paul Schader), e Possessão (1981, Andrzej Żuławski), filmes geralmente associados ao horror mas que possuem uma natureza escorregadia, sempre flertando com a linguagem, visualidade e temática tanto da pornografia quanto do melodrama familiar . Se analisarmos os mesmos textos fílmicos através de estratégias de interpretação diferentes, que infatizem o dialogismo e as trocas entre estes gêneros do corpo, obteremos textos politicamente polissêmicos e talvez contraditórios, que denunciam as instabilidades tanto dos gêneros como categorias fixas, como dos textos e de seus discursos, o que nos permite adensar a discussão à respeito da representação destes femininos monstruosos, tanto dentro do lar burguês com seus monstros familiares, na forma de melodramas horroríficos, quanto no horror erótico pornificado em seu contato com a imaginação pornográfica, no processo que chamo de monstrificação da sexualidade feminina |