Mais do que palavras ao vento: voz, corpo e melodrama no cinema

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigues, Felipe Ferro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
voz
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-23082021-222337/
Resumo: Esta dissertação de mestrado se debruça sobre o melodrama cinematográfico, tradicionalmente tido como modo de representação predominantemente visual, em que embates morais se manifestam em signos visíveis. A pesquisa se inicia com uma exposição da literatura que fundamenta a pesquisa no campo, dentro da qual diz-se que constitui um drama da mudez: a voz não oferece recursos suficientes para expressar adequadamente a emoção avassaladora. Essa definição, porém, torna-se frágil sob escrutínio mais cuidadoso no que tange às ideias de voz, corpo e logos. Informado por autores que versam sobre som e voz, e a partir dos longa-metragens Carta de uma desconhecida (Letter from an Unkown Woman), 1948, de Max Ophüls, e Imitação da vida (Imitation of Life), 1959, de Douglas Sirk, o trabalho propõe uma reformulação desse enunciado: libertando a voz do jugo da língua pode- se verificar que ela persiste em sua materialidade mais natural, na forma de grito, choro, suspiro e canto. A limitação não seria, assim, da voz, mas da palavra, da capacidade da língua de expressar o inefável, e a voz corpórea, prevaleceria sobre a fala, tornando o melodrama não um drama da falha da voz, mas o local onde o vocal ultrapassa o oral, onde a voz se sobressai sobre o logos. Em seguida, o texto destaca as afinidades que, historicamente, aproximam voz e melodrama e, finalmente, parte para análise do corpus fílmico com base nas considerações teóricas tecidas.