Programa Rio Criança Global : uma política de línguas neoliberal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Anjos, Graziele Ferreira Dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12713
Resumo: Em 2009, a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ) cria o Programa Rio Criança Global (PRCG), por meio do Decreto Municipal nº 31187/2009 (RIO DE JANEIRO, 2009), cujo objetivo declarado é a ampliação da oferta do ensino da Língua Inglesa para todo o Ensino Fundamental, tida como a “língua das oportunidades” pela secretária de educação, à época, Cláudia Costin. A Rede Municipal de Ensino carioca possibilitava aos alunos o contato com a Língua Espanhola, a Língua Francesa e a Língua Inglesa. Desta forma, esta pesquisa buscou responder a seguinte pergunta: como se fez possível a criação do Programa Rio Criança Global, que institui uma política de línguas monolíngue nas escolas da SME/RJ, reconhecida por ser plurilíngue? Conduzida pelo seguinte objetivo: dar visibilidade aos posicionamentos discursivos que atravessam essa política de línguas e inaugura uma ruptura discursiva no ensino das Línguas Estrangeiras na mencionada rede de ensino. Recorremos ao conceito de rizoma de Deleuze e Guattari (1995) e discurso de Foucault (2008) para a constituição do corpus, composto pelas materialidades linguísticas: Decreto Municipal nº 31187/2009, Circular E/SUBE/nº 13/2012, Circular E/SUBE/nº 08/2015, Entrevista de Cláudia Costin para a Revista PontoCom, Peça Publicitária da Prefeitura do Rio, divulgada no jornal “O Globo”, Carta do Prefeito do Plano Estratégico da Prefeitura do Rio de Janeiro 2009 – 2012 (PEPRJ 2009) e Carta do Prefeito do Plano Estratégico da Prefeitura do Rio de Janeiro 2013 – 2016 (PEPRJ 2013). Nosso arcabouço teórico está fundamentado nos preceitos da Análise do Discurso de linha francesa, em especial, aquela filiada aos domínios do conhecimento desenvolvidos por Maingueneau (1997,2002, 2008a, 2008b) e nas contribuições de Foucault (2008, 2012, 2013a, 2013b). Para analisar nosso corpus recorremos às categorias de ethos, cenas da enunciação (MAINGUENEAU, 2002, 2008a), gênero do discurso (MAINGUENEAU, 2002, 2008a 2008b) e modalidade assertiva e deôntica (CERVONI, 1989). A partir dos movimentos analíticos empreendidos, observamos que a perspectiva monolíngue adotada com a implantação do PRCG é sustentada por um discurso neoliberal – educação submetida aos interesses do mercado - que atravessou as práticas discursivas da SME/RJ ao longo das gestões de Eduardo Paes e Cláudia Costin