Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Duque, Camila da Cunha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/23684
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Resumo: |
A cidade de Juiz de Fora, MG formou na década de 1960, em conjunto com as cidades mineiras de Belo Horizonte e Barbacena, o que ficou conhecido como “corredor da loucura”. Nessas cidades se concentrou uma grande quantidade de instituições psiquiátricas, a chamada “indústria da loucura”. Com o advento da Reforma Psiquiátrica essas instituições foram desativadas. A Reforma foi um movimento internacional de desinstitucionalização, que no Brasil deu origem à mudança de política pública de saúde, consagrada na Lei 10.216/2001, que trata da proteção e dos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, ao mesmo tempo em que dispõe sobre o fim do modelo de tratamento tradicional centrado na figura do manicômio. Esses dois processos parecem ter impactado a cidade de Juiz de Fora e a região. Há certamente uma farta bibliografia a respeito da temática da reforma psiquiátrica. Contudo, parece não haver pesquisas que relacionem a reforma psiquiátrica à questão urbana, centrada nos reflexos socioespaciais da implantação e da desativação desses equipamentos. A dissertação investigará como essas transformações envolvem o município, tanto no processo de ascensão, quanto no declínio da cidade como polo manicomial e a mudança de tratamento de saúde mental, além das consequências dessa mudança para o grupo social diretamente assistido. Com esse objetivo o trabalho buscou identificar as causas que levaram a região mineira a se tornar polo de tratamento manicomial e qual o panorama urbano atual, uma vez implementada uma rede de assistência substitutiva. Para tanto, a pesquisa se estrutura em três grandes eixos: o primeiro que corresponde ao processo da mudança de política de saúde pública no Brasil e no mundo, o segundo que é referente as transformações urbanas na cidade de Juiz de Fora e o terceiro, e último, que se refere aos impactos na realidade do paciente. O estudo conclui que a desativação do sistema manicomial e a implementação da nova rede implicaram em transformações econômicas, sociais e urbanas e em novas práticas inclusão sócio urbana dos ex-internos, envolvendo novos trajetos entre equipamentos de saúde e a exposição frequente ao espaço da cidade. Essa reintegração indica a possibilidade de novas práticas que fazem uso do meio urbano como forma de estabelecer dinâmicas de circulação e de experiências mais plurais e inclusivas. |