Avaliação comparativa de técnicas parasitológicas no diagnóstico de Blastocystis sp. e determinação de seus subtipos
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/13328 http://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2019.m.13413938797 |
Resumo: | Blastocystis sp. tem sido o protista intestinal mais frequente em humanos. No Brasil são descritos nove subtipos do parasito com frequências variadas entre as diversas localidades. As técnicas parasitológicas microscópicas em amostras fecais, geralmente são as utilizadas na rotina dos laboratórios parasitológicos, para o diagnóstico de parasitoses intestinais, visto que apresentam baixo custo e rápido processamento. No entanto, quando se trata de infecção por Blastocystis sp., a técnica a ser utilizada ainda não é de consenso, uma vez que os trabalhos sobre o tema consideram que técnicas parasitológicas não específicas para identificação do parasito podem levar a subestimações. Além disso, é discutido que a não utilização de conservantes químicos pode determinar destruição da forma evolutiva e subestimação de positividade. Dessa forma, esse estudo teve como objetivo, comparar técnicas parasitológicas microscópicas para diagnóstico de Blastocystis sp. em amostras fecais frescas ou conservadas de crianças e funcionários de creche e identificar subtipos. O estudo foi realizado em três Unidades Básicas de Educação Infantil (UMEI) localizadas em Niterói totalizando 419 crianças e 101 funcionários. Cada participante entregou uma amostra fecal fresca que foi processada pelas técnicas de exame direto, Ritchie modificado, esfregaço corado por tricrômio, com e sem o uso de conservante químico, e cultura. As amostras positivas para Blastocystis sp. nas culturas foram submetidas a reação em cadeia da polimerase (PCR) e subsequente sequenciamento para identificação de subtipos. A taxa de adesão da entrega de amostras fecais foi de 34,4%. Blastocystis sp. foi o parasito mais frequente entre os participantes, tendo sido evidenciado em 24,5% (44/179) destes. A técnica isolada com maior eficácia foi a cultura (81,8%), seguido pelo esfregaço corado pelo tricrômio (43,2%). A associação entre cultura e esfregaço corado detectou o parasito em 93,2% das amostras positivas e do exame direto com o esfregaço corado em 79,5% destas. Pelo teste de McNemar pode-se evidenciar discordância dos resultados entre as diferentes técnicas utilizadas. As técnicas avaliadas neste estudo apresentaram elevada sensibilidade e com exceção da cultura, todas as demais técnicas apresentaram baixos valores de sensibilidade. O uso de conservante químico resultou em maior eficácia no diagnóstico. Dentre os 44 participantes positivos para Blastocystis sp., 26 (59,1%) relataram sintomatologia gastrintestinal, sendo que em 16 (36,4%) Blastocystis sp. foi o único patógeno detectado. Das 26 amostras foram identificados os subtipos: ST1 (n=19), ST2 (n=2), ST3 (n=4) e ST6 (n=1), sendo ST1 o subtipo mais frequente. Para as crianças, o único fator de risco identificado foi o abastecimento da casa com água não tratada e residir em casa com até quatro pessoas foi considerado como fator de proteção Considerando os resultados obtidos sugere-se que para o diagnóstico de Blastocystis sp. a cultura deve ser considerada como padrão ouro, sendo a segunda técnica de maior eficácia o esfregaço corado pelo tricromio em amostras sem conservante. |