O poeta e seus brinquedos: uma leitura de Manoel de Barros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Rafaela Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Toy
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6569
Resumo: Esta pesquisa propõe uma leitura crítica da poesia de Manoel de Barros tendo em vista a preocupação com o exercício poético presente em sua obra. Na verdade, verifica-se a existência de um jogo dinâmico caracterizado por uma poesia que se quer reflexiva ao mesmo tempo em que evoca a materialidade feita “brinquedo”. As metapoesias, frequentes nessa obra, deixam claro que o desejo do poeta é alcançar algo que é anterior à palavra e, portanto, pretende situar-se no princípio do que se pode dizer, por isso, é recorrente o uso de referências como a criança, os pássaros e/ ou os andarilhos. Essa situação primitiva/primordial parece ser a fronteira entre perceber o mundo e as coisas e conceituá-los. Isto é, entre a percepção sensorial e a organização do sentido dessas coisas em linguagem, acontece uma “travessia”, um deslocamento de uma condição para outra. Diante disso, foi possível indagar de que maneira a poesia se realiza como brinquedo e arte de brincar pelo “trans-uso” da linguagem, ou seja, pensar as relações entre brinquedo e poesia observando a possibilidade de serem instrumentos que viabilizam o deslocamento entre significantes e significados. Para tanto, o corpus principal desta pesquisa foi constituído pelo livro Memórias Inventadas, As infâncias de Manoel de Barros, publicado em 2010. A leitura crítica realizada, primeiramente, observou o aspecto memorialístico da obra, explorando o lugar biográfico-ficcional da escrita poética, com o auxílio de Leonor Arfuch. Em seguida, tratou-se da questão dos objetos e da materialidade na poesia de Manoel de Barros, a partir do que Hans Ulrich Gumbrecht e Paul Zumthor formularam. Por fim, verificou-se a demanda acerca da encenação na poesia de Manoel de Barros e observou-se tanto o objeto, o brinquedo-poema, quanto a ação de brincar de poesia, relacionando-se a estética da ordinariedade de Manoel e o brinquedo em suas particularidades, para tanto, foram pertinentes as contribuições teóricas de Walter Benjamin, Giorgio Agamben, Michel Manson, Johan Huizinga, entre outros pensadores