Manoel de Barros: poeta antropófago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Moraes, Paulo Eduardo Benites de
Orientador(a): Grácia-Rodrigues, Kelcilene
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2098
Resumo: Manoel de Barros nunca escondeu a sua admiração e a influência recebida de Oswald de Andrade. Segundo o poeta, foi a partir da leitura de Oswald que compreendeu que o fazer poético deve primar pelo desvio. Este trabalho tem como objetivo abordar a poética de Manoel de Barros em relação ao projeto poético oswaldiano. Por meio do expediente comparativo, propomos um percurso que discute a questão da influência, e leva em conta a antropofagia como substrato teórico-simbólico para pensar a relação entre os dois autores. O problema desta pesquisa busca saber como Manoel de Barros, no curso de seu projeto poético, recebe, assimila e ressignifica a proposta oswaldiana até chegar à constituição de seu próprio projeto estético. Como base teórica deste estudo, utilizamos os referenciais da Literatura Comparada, que parte desde Antonio Candido (1975), Carvalhal (1998), Nitrini (2000), Pageaux (2011), até passar pelas referências que discutem as temáticas da influência, principalmente Bloom (2002, 2003), além de autores que refletem sobre a questão dos precursores, como em Borges (1956) e T. S. Eliot (1989). Além dos estudos referentes à Antropofagia, considerando o próprio Oswald de Andrade (1928), Perrone-Moisés (1990) e Rocha (2011). A metodologia é construída a partir de exercícios de leitura e interpretação de trechos significativos do corpus selecionado: Pau Brasil (1924) e Cadernos de Poesias do aluno Oswald de Andrade (1927), de Oswald de Andrade, e das obras Poemas concebidos sem pecado (1937) Compêndio para uso dos pássaros (1961) e Livro sobre nada (1996), de Manoel de Barros. As análises mostram que ambos os autores compreendem a poesia como forma de instaurar novas realidades por meio da linguagem. Por um lado, a proposta pioneira de Oswald de Andrade com a antropofagia ressignificando o cenário literário brasileiro contra uma tradição impregnada de conservadorismos e que abriu caminho para a busca de novas formas de expressão artística. Por outro, Manoel de Barros, com seu experimentalismo consolidando uma ars poetica própria marcada pelo desvio e a desleitura de seus precursores.