Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Lima, Márcia Fernanda Carneiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/16651
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como tema a palavra da criança na perspectiva do logos poético. Este tema surge de uma problemática que, na vida concreta, sugere que não escutamos as crianças. Em geral, quando uma criança enuncia algo que ainda não foi pensado por nós, damos em resposta o riso. Parece que as crianças são seres humanos que não escutamos, e precisamos entender o porquê. Quais seriam as qualidades da palavra da criança? Assim como a palavra poética, a palavra das crianças em diferentes infâncias parece ser constituída em um outro logos. Sendo assim, essa tese tem como objetivo compreender as possibilidades desse cotejo entre palavra poética e palavra da infância, tomando como base enunciados infantis e poéticos. Trata-se de uma tese- ninho que é construída na perspectiva de uma metodologia de pesquisa à moda ave. À moda ave, porque faz parte do processo de composição deste trabalho: a migração (de um campo de conhecimento para o outro); a cata ao bico (na busca de diálogos, enunciados, escrituras e lógicas, espalhadas que venho a chamar de gravetos); a vizinhança (possível pelo cotejo e aproximação de múltiplos pontos de vista); e o cuspe (matéria sígnica que vem antes da fala e do diálogo e dá liga teórica, não para fixar, mas para aproximar o que nesta se aninha). É uma tese composta por 21 gravetos distintos em forma e conteúdo. O primeiro e ultimo gravetos tratam do ponto de partida e chegada desta tese; do segundo ao vigésimo primeiro graveto encontramos: uma pequena declaração que chama a aprender a ver; uma breve escrita contextualizando o contexto inicial da pesquisa; em outro, a Infuncionalidade como princípio filosófico; gravetos que tratam da metódica de construção e composição da arquitetônica de uma tese-ninho; Estudos e achados sobre a palavra; Sobre a poética do poeta; Sobre a poesia; Sobre a palavra poética da criança; e sobre as infâncias. Neste percurso interpretativo/compreensivo de pesquisa algumas conclusões: O riso que damos em resposta à criança é o riso da surpresa e nos surpreendemos porque não esperamos que as crianças sejam capazes de produzir conhecimento. Nesse sentido não escutamos as crianças. Não as escutamos porque sua palavra e sua racionalidade estão orientadas em outra lógica. A palavra e razão da criança estão orientadas em um logos poético. A palavra da criança é matéria sígnica aberta e, porque aberta, com alto grau icônico, artístico. A criança e sua palavra deslizam e desviam dos constrangimentos da ordem dada. Portanto esta tese afirma a criança enquanto palavra poética encarnada e a infância enquanto estado de licença poética. E ainda que a arquitetônica de uma tese-ninho é uma defesa às possibilidades outras de produção heterocientífica no interior do campo das ciências humanas |