Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Carijó, Sílvia Herkenhoff |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/5043
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Resumo: |
Esta dissertação analisa o modo como os sonhos são representados no conto “O homem da areia”, de E.T.A. Hoffmann, e discute algumas de suas funções nessa obra. A existência de uma separação entre um mundo dos sonhos e um mundo da realidade cotidiana na narrativa é indicada, e atributos das experiências relacionadas com esse mundo onírico são apontados, além de formas de acesso a ele. No primeiro capítulo, o autor é apresentado, assim como características de sua obra e a ligação da última com os sonhos. Baseados no trabalho de Pikulik (1987), discutimos aspectos centrais da obra de Hoffmann, como: a divisão entre mundo interior (do maravilhoso) – ao qual os sonhos estão relacionados – e mundo exterior (da realidade cotidiana); as diversas formas como essa divisão é marcada; e a relação que Hoffmann estabelece entre esses mundos. Trabalhamos com uma noção ampliada de sonho, que não os restringe às experiências oníricas que acompanham o sono. Assim, seguimos a argumentação de Heimes (2009), segundo a qual os sonhos, em Hoffmann, estão associados a outros estados em que nos afastamos do consciente – como o delírio ou a loucura –, e parecem se relacionar com algo demoníaco. No segundo capítulo, voltamo-nos para o conto “O homem da areia”, apresentando-o e analisando como os sonhos são representados nele. A figura mitológica do homem da areia está desde sua origem associada aos sonhos e recebe, nesta narrativa, um caráter amedrontador. Para ressaltar os aspectos oníricos da obra, partimos da separação entre o mundo dos sonhos e o mundo do que seria a realidade cotidiana no conto – separação essa que demonstramos estar atrelada à ótica de certos personagens. Logo após, assinalamos alguns elementos que marcam e caracterizam as experiências pertencentes ao mundo dos sonhos no texto, tais como imagens flutuantes e alucinantes; intensidade e fogo; e nuvens, fumaça e vapor. Apontamos também que certos personagens e objetos indicam o momento de transição para esse mundo. Neste trabalho, demonstramos que as experiências oníricas do personagem principal apresentam caráter pressagiador, e que essa característica possui ligação com o destino trágico e inevitável temido por ele. Além disso, a divisão entre os mundos é evidenciada como problemática, por conta da incerteza quanto a que mundo atribuir os acontecimentos narrados. Essa característica de não se poder atribuir ao certo os acontecimentos a um mundo real ou a algo ilusório introduz a narrativa dentro do gênero fantástico, segundo os critérios de Tzvetan Todorov (2007). Também mostramos o lado perigoso do envolvimento do personagem principal com o mundo dos sonhos, uma vez que o leva a se desprender da realidade. Esse desprendimento ocorre gradativamente, havendo inicialmente uma oscilação entre os mundos, culminando na loucura do personagem – que comparamos a um grande pesadelo. Analisamos, neste contexto, a contribuição da revivescência de acontecimentos pressagiados em sonhos anteriores para o enlouquecimento do personagem. Por último, trazemos observações sobre a figuração do homem da areia no conto, mostrando sua ligação com o mundo dos sonhos, assim como sua conexão com a morte |