Em uma esquina do sul: fragmentações e construções identitárias na música platina a partir da análise da obra de Vitor Ramil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Araujo, Valterlei Borges de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3469
Resumo: Tendo como objeto de análise a obra do compositor e escritor gaúcho Vitor Ramil, a pesquisa busca apontar, a partir do conceito de construção de identidade e das perspectivas contemporâneas do multiculturalismo, a produção musical de Ramil como produto cultural representativo da geração dos anos 90. Identificamos nessa década o surgimento de alguns importantes movimentos musicais (organizados ou não). Dois desses movimentos são: o Mangue Beat, em Recife, liderado por Chico Science; e A estética do frio, no Rio Grande do Sul, liderado por Vitor Ramil. A estética do frio, assim como os demais movimentos musicais surgidos na década de 90, apresentam algumas propostas em comum, a saber: o interesse e o resgate pela memória da cultura local/regional; a necessidade de afirmação cultural e geográfica na produção musical; o resgate da produção musical local/regional com a qual se afiliavam; a busca e a tradução do passado cultural local/regional com os quais se sentiam conectados para a atualidade; a intencionalidade de colocar em contato propostas musicais e temporalidades diferentes. Nota-se, portanto, uma necessidade dessa geração em fortalecer seus laços locais/regionais e em conectar a tradição com o mundo contemporâneo. Essas necessidades de afirmação estão vinculadas especialmente a dois momentos históricos: o início da redemocratização do país na segunda metade dos anos 80; e o medo da homogeneização cultural representada pela maior entrada de produtos culturais massivos no período pós-ditadura, geralmente oriundo dos Estados Unidos. Lançado em 1993, A estética do frio (2004) é um ensaio reflexivo de Ramil, no qual o autor tenta reformular sua produção musical e sua inserção enquanto músico gaúcho dentro da MPB. Além disso, também busca analisar as relações de afiliação da música gaúcha com as músicas argentina e uruguaia, e os possíveis vínculos culturais entre os três países