Associação e hábitos alimentares e estilo de vida do responsável pelo domicílio com hábitos alimentres de crianças de um ano completo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Britto, Marina Sampaio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23172
http://dx.doi.org/10.22409/PPGSC.2020.m.12806777755
Resumo: A família pode ter um papel importante no comportamento alimentar da criança. Os pais e outros membros da família compõem um ambiente partilhado em que o convívio pode ser propício ao consumo alimentar inadequado e/ou a um estilo de vida sedentário. Dessa forma, opresente estudo tem como objetivo verificar a possível associação dos hábitos alimentares e estilo de vida do responsável pelo domicílio ou seu cônjuge com o consumo alimentar de crianças de um ano de idade. O estudo utilizou a base de dados secundários, de domínio público, da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Foram utilizadas as variáveis dos responsáveis pelo domicílio ou do seu cônjuge: escolaridade, Índice de Massa Corporal (IMC), sexo, idade, consumo alimentar de itens selecionados, consumo de bebidas alcoólicas, prática de atividade física e tabagismo. Foram utilizados itens alimentares selecionados para analisar o consumo alimentar das crianças. Para a análise dos dados foi utilizada a análise de agrupamento para classificação das crianças, análise fatorial para derivar padrões alimentares dos responsáveis e regressão Multinominal para verificar as associações. Foi estipulado um nível de significância de 5%, e a análise foi feita no pacote estatístico SAS Studio. Os alimentos e as bebidas mais consumidos pelas crianças foram: água (98,7%), cereais e derivados (83,8%), carnes ou ovos (80,4%), e frutas ou suco de frutas (80,3%). Em relação às características dos responsáveis, a maioria era do sexo feminino (98,8%), não praticante de atividade física (84,6%), com baixa frequência de consumo de bebidas alcoólicas (27,8%) e tabaco (12,3%). A média de idade foi de 31,2 anos (±9,8 DP) e o IMC médio de 26,1 kg/m² (±5,4 DP). Para escolaridade, a maior frequência se deu na categoria até ensino médio incompleto (53,1%). Foram derivados os seguintes padrões de consumo dos responsáveis: “FLV” – frutas, legumes e verduras – (saladas, frutas, legumes e sucos naturais), “Ocidental” (carne vermelha, refrigerante, doces, biscoitos, bolos, chocolate e bala, além de substituição de refeições principais (almoço e jantar) por lanches, tais como sanduíches, salgados e pizza) e “Tradicional” (feijão, carne e leite). Foram encontrados os seguintes grupos segundo o consumo alimentar das crianças: “Alimentação da família” (leites e derivados, água, fruta ou suco natural da fruta, verduras e legumes, feijão ou outras leguminosas, carne ou ovos, cereais ou derivados, biscoitos ou bolos, batatas e outros tubérculos e raízes), “Leite materno” (água e leite materno), “Misto” (leites e derivados, água, fruta ou suco natural da fruta, verduras e legumes, feijão ou outras leguminosas, carne ou ovos, cereais ou derivados, biscoitos ou bolos, mingau, batata e outros tubérculos e raízes, sucos artificiais, doces, balas e alimentos açucarados, e refrigerantes) e “Incompleto” (água, fruta ou suco natural da fruta, cereais e derivados, carnes e ovos, biscoitos ou bolos). Na análise de regressão observou-se que o responsável ser fumante associou-se com uma chance, em média, 83% maior da criança pertencer ao grupo “Misto” quando comparada ao grupo “Alimentação da família” (Razão de Chances (RC) de 1,83 (Intervalo de Confiança de 95%:1,12; 3,01)). Escolaridade do responsável até ensino médio incompleto (ou similar) quando comparado ao ensino médio pelo menos completo se associou a maior chance de a criança estar nos grupos “Leite materno”, “Misto” e “Incompleto” quando comparado ao grupo “Alimentação da família”, RC= 1,57 (1,10; 2,23), 3,27 (1,68; 6,36) e 1,53 (1,06; 2,21), respectivamente. O padrão dos responsáveis “FLV” foi inversamente associado aos grupos “Leite materno”, “Misto” e “Incompleto” com RC= 0,48 (0,35; 0,66), RC= 0,76 (0,63; 0,91) e RC=0,57 (0,47; 0,69), respectivamente. O padrão “Ocidental” se associou diretamente ao grupo “Misto”, com RC= 1,38 (1,16; 1,64). O padrão “Tradicional” se associou inversamente ao grupo “Leite materno” 8 RC= 0,55 (0,44; 0,69). O responsável pelo domicílio /cônjuge consumir mais vegetais, frutas e legumes e ter pelo menos o ensino médio completo associou-se de forma direta à criança ter uma alimentação adequada. Em contrapartida, o responsável/cônjuge ser fumante e consumir mais alimentos açucarados, carne vermelha e trocar as refeições por lanches aumentou a chance de a criança ter uma alimentação inadequada, concluindo que os responsáveis pelos domicílios ou seus cônjuges podem interferir no consumo alimentar das crianças de um ano completo, sendo assim um possível preditor da alimentação deste grupo etário. Outros desenhos de estudos são necessários para verificar se a relação é causal