Relação entre determinantes do estilo de vida e hábito de exposição solar no estado nutricional de crianças portuguesas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Elizabete Alexandre dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-15092023-142308/
Resumo: Introdução: Diante da alta prevalência de obesidade infantil, torna-se necessário o desenvolvimento de pesquisas sobre intervenções que sejam econômicas e acessíveis. Assim, sugere-se que uma dessas intervenções possa ser a exposição segura à luz solar ou radiação ultravioleta (UVR), tendo em vista que a exposição solar parece ter um importante efeito indireto contra o desenvolvimento da obesidade por meio da síntese de vitamina D. Objetivo: Investigar as relações entre o tempo de exposição solar, os hábitos de vida e a presença de excesso de peso em crianças portuguesas. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com crianças de ambos os sexos participantes do projeto \"Inequalities in childhood obesity: the impact of the socioeconomic crisis in Portugal from 2009 to 2015\". Entre 2016 e 2017 foram coletados dados nas cidades de Coimbra (n = 2980), Lisboa (n = 3066) e Porto (n = 2426). No presente estudo, foram utilizados apenas os dados coletados de crianças entre 3 e 11 anos que tinham informações sobre o tempo de exposição solar (TES). Também foram coletadas informações sobre tempo de tela, tempo destinado às brincadeiras ativas e à prática de atividade física, consumo alimentar e nível socioeconômico (NSE), por meio de questionários padronizados. Profissionais treinados realizaram medidas de circunferência da cintura, dobras cutâneas e de peso e estatura, obtendo-se o Índice de Massa Corporal (IMC) para classificação do estado nutricional de acordo com os pontos de corte estabelecidos pela International Obesity Task Force IOTF. Foram realizados testes de diferenças entre as médias (Mann-Whitney-Wilcoxon/Ranksum e Kruskal-Wallis), Análise de Componentes Principais (Principal Component Analysis) e análises de regressão linear múltipla. Resultados: Foram analisadas 4.755 crianças com média de idade de 7,11 ±1,91 anos, 58,14% do sexo feminino (n = 2.384). Dentre os avaliados, 6,01% foram classificados com baixo peso, 72,09% como eutróficos, 16,50% com sobrepeso e 5,38% com obesidade, sem diferença significativa no TES (média de 210 ± 45 minutos por dia) de acordo com o estado nutricional ou sexo. Além de estar associado com o maior NSE (p < 0,001), o TES apresentou associação negativa com o IMC (&beta; = - 0,09,95% IC:- 0,18;- 0,003; p = 0,042), com a % de gordura corporal (&beta; = - 0,31, 95%; IC: - 0,54; - 0,07; p = 0,010) e com o tempo no computador (&beta; = - 0,08,95% IC: - 0,12; - 0,05; p < 0,0001); e associação positiva com o tempo destinado às brincadeiras ativas (&beta; = 0,22 ,95% IC: 0,17; 0,27; p < 0,0001) e prática de atividade física ((&beta; = 10,01,95% IC: 4,52;15,20; p < 0,0001). O padrão alimentar Fast food\' foi o único que apresentou associação negativa com o TES em todos os NSE (p = 0,002; p < 0,001; p < 0,001 nos NSE baixo, médio e alto, respectivamente). Conclusões: Os resultados reforçam a necessidade de orientações futuras sobre o tempo ideal de exposição solar, principalmente em crianças, que são um grupo de risco para deficiência de vitamina D.