Fatores de vulnerabilidade e proteção associados ao transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) na comunidade acadêmica durante a pandemia de Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Lana, Rachel Silva Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36099
Resumo: A pandemia de COVID-19 trouxe inúmeros desafios à comunidade acadêmica, como o distanciamento social, a instabilidade econômica e a mudança abrupta para ambientes de aprendizagem/trabalho remoto. Além disso, as pessoas foram expostas a eventos potencialmente traumáticos relacionados à COVID-19, como a morte ou o risco de morte de familiares, contaminação ou exposição a alguém infectado pelo vírus. Uma possível consequência da exposição ao trauma é o desenvolvimento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). No entanto, apenas uma parte das pessoas expostas ao trauma desenvolve o transtorno. Este estudo teve como objetivo investigar fatores de vulnerabilidade e de proteção que poderiam atenuar ou intensificar o risco de desenvolver TEPT na comunidade acadêmica durante a Pandemia de COVID-19. Membros da comunidade acadêmica de universidades e institutos de pesquisa brasileiros foram recrutados por meio de plataformas online. Os participantes preencheram uma pesquisa online (via Google Forms), que incluiu questionário de Experiências Traumáticas durante a Pandemia, PCL-5 (provável diagnóstico de TEPT), Escala de Medo da COVID-19, Escala de Solidão e Escala de Teste de Orientação para a Vida (otimismo). O protocolo foi aprovado pelo comitê de ética da UFF. A regressão logística (p>0,05 para todos os resultados) mostrou que discentes de graduação têm 1,84 vezes mais chances de desenvolver TEPT em comparação aos docentes. Além disso, a cada incremento de uma unidade na escala de medo da COVID-19 ou na escala de solidão, aumenta em 25% e 18,8% a probabilidade de TEPT respectivamente, enquanto para o otimismo reduz em 10,7% a probabilidade de TEPT. Indivíduos que vivenciaram mais de um trauma têm 2,1 vezes mais chances de TEPT em comparação aos que vivenciaram apenas um. Resultados sugerem que ser aluno de graduação, ter vivenciado mais de um trauma, ter níveis elevados de medo covid e solidão funcionam como fatores de vulnerabilidade, enquanto o otimismo como fator proteção. Essas descobertas contribuem para uma compreensão mais abrangente do TEPT, para a identificação de grupos vulneráveis e para o desenvolvimento de políticas públicas, estratégias preventivas e intervenções eficazes voltadas à promoção da saúde mental no ambiente acadêmico