Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Kalil, Maria Theresa Alves da Cunha |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/34910
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Resumo: |
Os Estudos Estratégicos (EE) são um “campo de saber” formado pela articulação entre questões da Defesa Nacional e da Segurança Internacional. Constitui-se como um “campo de saber” em sentido bourdieusiano, ou seja, como a resultante dialética de disputas e influências de outros campos do saber, atravessados por intencionalidades políticas e contingências dos processos políticos e ideológicos em que se insere cada comunidade epistêmica desse campo. No Norte Global, os EE, marcados pela transdisciplinaridade, incluem, há décadas problemas, métodos e objetos de pesquisa do campo da Saúde Militar. A introdução desta área às demais que compõem o campo dos EE deu-se a partir da preocupação com os efeitos na saúde física e psíquica de soldados/militares que vivenciaram combates e, por conta, disso sofreram traumas que criaram ou desenvolveram neuroses diversas. Nos EUA e na Europa Ocidental, as experiências das guerras de guerrilhas, revolucionárias e de libertação nacional levaram ao desenvolvimento do conceito de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) como evolução das abordagens anteriores sobre “neuroses de guerra”. No Brasil, país com baixo engajamento em conflitos internacionais, o tema da TEPT entre militares das Forças Armadas foi negligenciado até a intensa participação militar brasileira na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). No entanto, os estudos sobre TEPT em militares veteranos da MINUSTAH são poucos, contrastando com a intensidade do envolvimento militar brasileiro nesta Operação, entre 2004 e 2017. Esta Tese defende a premissa de que os Estudos Estratégicos como campo de saber no Brasil precisam incorporar os estudos sobre Saúde Militar para poderem oferecer uma leitura mais adensada e apropriada à realidade e aos desafios da Defesa Nacional brasileira. O meio pelo qual a Tese propõe que isso seja realizado é, precisamente, pelo aprofundamento dos estudos de TEPT, enfatizando a experiência das Operações de Paz diante da tradição brasileira de não-engajamento em conflitos armados. Para tanto, propõem-se (1) um levantamento bibliográfico crítico e uma exposição histórica da formação dos estudos sobre TEPT para justificar a sua relevância como componente a integrar o campo de conhecimento dos Estudos Estratégicos e (2) uma revisão crítica da literatura sobre TEPT e MINUSTAH existente no Brasil, apontando os seus pontos fortes e lacunas, de modo a reforçar o pleito pelo fortalecimento transdisciplinar do campo dos Estudos Estratégicos no Brasil de forma a responder as urgências da Defesa Nacional. |